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A fixação ... ainda a tenho!

Paredes! Quero que pegues em mim e me encostes a uma. Fria. Quero cruzar as minhas pernas em volta da tua cintura. Sentir-te penetrar-me. Foder! Até não aguentarmos mais. Gosto da brutalidade no sexo, do quente do corpo, do frio da parede! Do contraste! Excita-me! Tanto que nem calculas! Não conseguir fugir. Sentir-me presa, entre ti, quente e ela, fria! O calor do teu corpo. Agarrar-me a ti. Puxar-te com força. Ando a precisar de te ter ... assim! Queres? Cansa! mas compensa!

(Afinal já estou com 55kg, bem mais fácil, não te parece?!)

Em estado líquido #44

Até há escassos segundos, havia travado uma guerra. Interior, física. Uma guerra cujos oponentes se debelavam seriamente em conseguir alcançar o seu objectivo. De um lado, a contenção, a força, a estratégia, a concentração, a vontade de prolongar no tempo, a luta contra um inexorável destino. Por outro lado, a desconcentração, o animus a querer subjugar-se, a querer baixar a guarda, desistir face à incapacidade de alcançar a eternidade, de bater em retirada ou no mínimo declarar tréguas, deixar-se guiar pelos apelos que se lhe prostravam diante dos olhos e o incitavam a não mais se conter. Uma guerra desonesta, sem honra, perdida à partida mas que ninguém se atrevia a deixar de começar. O corpo e a mente rivalizavam de forma hostil, o primeiro chicoteado por estímulos impossíveis de ignorar, rodeado de apetitosas tentações, inigualáveis sensações, afagos e beijos frenéticos, penetrares húmidos e cavernosos, lamberes lânguidos e acelerados, massajares sedentos e ávidos, chupares impregnados de loucura, abstinentes de razão. A mente fustigada pelo desespero, por uma causa inequivocamente incontornável, por um apressar de vontade, pela luxúria e desejo que se impunham fortes e insanos, numa vassalagem a uma entrega, a um sucumbir. E, de repente, no expoente máximo da querela, um cedeu ao outro, não conseguindo adiar mais a derrota, não conseguindo conter as tropas que avançaram com todas as armas, com os trunfos mais imorais, com os esquemas de guerra menos profícuos. As veias latejantes e o formigueiro instantâneo, o espasmo fugidio e o líquido, a semente, jorrando incontrolável, para fora de si, abandonando o corpo, jazendo no infinito.

Titillation ...

Tocas-me ao de leve e lentamente puxas-me o vestido. Deslizas uma mão por entre as minhas pernas. Não reclamo e deixo-me ir. Faço de conta que não é nada comigo e não demonstro o quanto estou a gostar. Também sei ser sacana. Lentamente vais subindo e chegas até ela. Perguntas-me pelas cuecas. Rio e digo que está calor, muito calor, "Estou com um calor incrível em sítios em que era suposto não ter". Continuas a conduzir, como se te fosse indiferente a ausência das minhas cuecas. Num tom meio autoritário dizes para eu continuar, para te mostrar, para o fazer para ti. Sorrio e pergunto-te se é isso mesmo que queres! Pouso um pé no tablier e outro perto do manípulo das mudanças. Abro-me. Masturbo-me de uma forma totalmente desinibida, oscilando entre o clitóris e a introdução de um ou dois dedos nela. Viajo. Entre gemidos, abro os olhos e vejo que algo te incomoda. Continuo pelo prazer de te provocar. Adoro te ver apertado. Levo as mãos às tuas calças. Estás enorme! Pergunto-te se falta muito para chegarmos pois preciso de te sentir a entrar. Dizes que não, acrescentas que demoramos mais pelo trânsito que apanhamos. Fico meia atónita, digo que não me lembro de trânsito algum. Com um tom de gozo respondes "Deixa lá, eles certamente lembram-se ... do trânsito ... e de ti".

A MUSA DE FOGO


Quedo-me sobre os escombros da vida
Este Teatro destruído por vil mão
Tropecei em dispersos desenganos
Amordacei a luz, encobri a paixão

As palavras, as minhas…
Podem destruir o homem, a palavra não
Podem amordaçar o poeta
Nunca o seu coração

Este Domingo de Setembro nasceu vazio da claridade
Ainda sinto o rumor do crepúsculo desvanecer
Tacteando a sombra de uma buganvília
Cerro os olhos para não ver, não crer

Oiço passos minúsculos, aproximando-se da minha memória
Assalta-me a lembrança, solta-se uma memória
Um anátema…
Mil histórias, uma singela história

Esqueci os primeiros degraus da vida
Pensei como se envelhece nos espelhos
Deram-me no tempo uma coroa de folhas já mortas
Fecharam-me amizade no bater de sete portas

Memórias…
O verbo que canta às vezes evoca o amor
Às vezes a dor…
Há palavras que ardem mudas
Há espinhos na beleza de uma flor sem cor

Entre mim e as palavras há o tinir de punhais
Enternece-me a visão dos frutos de Outono
No êxodo deste instante escrevo
Olhar sem rumo, sem sentir não vejo

Ao olhar os ocultos fascínios de Mar
Pintei um nome de Deusa num barco
Pintei dois anjos de água negros
Pintei uma …Musa de Fogo…

Points of View #12

Foder amor. Foder-te como à mais puta das putas e amar-te como à mais única das amadas. Foder amor. Chamar-te puta e dizer-te amo-te. Espancar-te o sexo e afagar-te o beijo. O doce e a fera, a treva e o raio. E só assim entre um grito e um afago foder-te com amor. Fazer-te amor.

Pedro Chagas Freitas

Tasting!

Uma boa boca ... É o que tu és!

(Ela) could have said it #29

I'm glad you came.

Reminiscence

Sabedor exímio da arte de a provocar, apelou ao seu orgulho confiante que ela não resistiria. Uma noite a três em que ela seria o prato principal. A ideia tomou forma na mente, esboçou um sorriso guloso e respondeu afirmativamente. A antecipação tornou-se um veneno que a corroía lentamente. O desejo subia de tom, as imagens passavam-lhe à frente dos olhos, a vontade que o tempo passasse depressa tornava-se cada vez mais esmagadora. Havia qualquer coisa de instigador da vontade na lentidão com que se esperava o momento. Na noite escolhida, demorou-se em preparos, queria estar ao nível da perfeição para ser degustada e desejada, usada e saboreada. Tomou um longo e relaxante banho, dispôs a roupa em cima da cama e seleccionou cuidadosamente a lingerie. Vestido preto, um conjunto de renda, meia liga preta, sapatos altos e umas gotas do seu perfume favorito. O encontro, casual e descontraído, deu o mote para os momentos que pretendiam se acelerassem. Em pouco tempo as suas mãos percorreram-na toda. Começou pelas pernas, sorrindo agradado com as meias ligas. Disse-lhe ao ouvido: "Boa escolha". Beijou-a impulsivamente não detendo as mãos ambiciosas e ávidas da sua pele, subindo devagar até ao seu entremeio. Subiu-lhe o vestido e sentou-a no seu colo, virada para a frente, masturbando-a e excitando-a. Sentiam o olhar lascivo do outro interlocutor. Inclinou-se, aproximando a boca da dele e beijou-o. Ofegante, trincou-lhe o lóbulo da orelha, arrepiando-lhe a pele. Colocou a mão no meio das suas pernas e testou-lhe a vontade. Desapertou-lhe as calças, botão por botão, sensual e languidamente, enquanto sentia outras mãos tocarem-na a ela. Sentia-o crescer exponencialmente. A chamar por ela. Impetuosamente, debruçou-se sobre ele e dominando-o com a boca, controlando cada esticão, cada pulsar de sangue provocado pela sua língua, pelos lábios que o tomavam inteiro, tomou conta dele. Como uma marioneta, sentiu-se manobrada por duas vontades, sentiu-se desejada por duas libidos. Virou-a de costas para si e levou as mãos ao fecho do vestido. Desapertou-o e fê-lo deslizar até cair ao chão revelando a sua quase nudez. O terceiro interveniente decidiu chegar-se perto. Deu por si no meio deles em pé, as suas mãos percorrendo cada centímetro de uma pele que queimava de tão quente se achar. Sentiu uma mão deslizar pelo seu ventre, uma mão incumbida de a preparar. Tocava-lhe firmemente no clitóris, friccionando e fazendo-a estremecer em pequenos espasmos de loucura. Simultaneamente, os lábios do outro encostavam-se aos seus seios, beijando-os sofregamente. A cada trinca, a cada toque, sentia a razão fugir-lhe em nuvens de prazer. Deixou-se levar num transe absolutamente hipnótico e decidiu partir ao ataque. Apoderou-se deles também. Desapertou-lhes as calças, deixando-os à sua mercê. Tomou-os nas mãos e sentiu-os crescer ao compasso dos movimentos que sabiamente desenhava. Empurrou-o sobre a cama e dispôs-se a senti-lo na boca. Tomou-o nas mãos e deliciou-se nele. De baixo para cima, passeou a língua firme e ávida demorando-se na ponta, esboçando pequenos círculos antes de o fazer desaparecer por completo. Dobrada pela cintura, em breve tinha companhia nas suas costas. Enquanto se ocupava, alguém lhe dava tratamento preferencial também. Escorrendo de ânsia, os seus dedos entraram nela suavemente, só para constatar o avançado estado de excitação. Gemeu ofegante ao sentir um formigueiro crepitante quando a sua língua a encontrou também. Por momentos achou que nada poderia superar este cenário. E mentalmente aproveitava cada gesto, cada sensação. Trocaram de lugar e num ápice entrou nela. Bombeando estocadas seguras e intensas, viu o ritmo cardíaco acelerar e atingiu um orgasmo liminarmente surreal sem nunca abandonar a tarefa que tinha em mãos. Conectados num triângulo solidário, repartir o prazer era palavra de ordem. O terceiro elemento queria-a também. Recostou-se na cama e fez-lhe sinal para o acompanhar. Encaixou nele, segurando-o na mão para guiar a entrada e cavalgou-o sem parar. Com um dedo apenas, estimulou o clitóris e saboreou o toque nos bicos erectos por tamanho prazer. Voltou a atingir um orgasmo numa entrega sôfrega, sentindo-o respirar junto ao ouvido enquanto o outro se contorcia e controlava para não explodir. Agora era a vez deles. Colocou-se de joelhos no meio deles e chupou-os à vez e em conjunto. Ora um, ora outro, esfregando, masturbando, lambendo. Numa visão soberana, atingiram o clímax na sua direcção. Sorriu, agradada com os seus rostos de prazer e voltando à terra ao fim de uma viagem lunática e inigualável. Prostrados na cama, espontaneamente, acenderam um cigarro. Uma pausa merecida antes de se entregarem novamente à partilha, ao prazer, ao êxtase.

In motion

Reunia em si a força de um gigante e a vontade de todos os homens. Concentrava no corpo a energia e o desejo, de tal forma que lhe era difícil ficar indiferente a um saciar, a uma entrega, a um rodopiar de prazeres e a um sacudir da carne. Os músculos, treinados pela prática, dominados pela experiência, conferiam-lhe a destreza de se saber mover sem guia, de se saber dar sem poupar esforços. Via em cada movimento, mais um gesto tendente ao prazer, mais uma linha transposta tendente ao orgasmo que queria não só ter como oferecer, mais um gemer tendente ao saborear dos corpos e ao fruir da tesão, magnífica, sempre magnífica. Entregava-se sempre, dando tudo, fazendo o que estivesse ao seu alcance para que a palavra de ordem fosse sempre mais, para que os corpos terminassem cansados mas satisfeitos, para que os ofegares contivessem sorrisos e o descanso fosse realmente merecido. Enterrava-se até ao fundo da gruta, procurando tocar-lhe no fundo, aninhando-se, roçando-se, como que cavando o espaço onde queria pertencer e ali morrer, numa felicidade desesperante, numa sofreguidão ansiada, num definhar de prazer, num exercício constante de insaciáveis paixões.

my snapshots #78


Foreign Affairs (10)

"Oh God make me good, but not yet!"

by Malena

Gosto como me chupas

Gosto de quando me chupas sôfrega.. Gosto essencialmente de quando me chupas.. Gosto de sentir-me a entrar dentro da tua boa.. Gosto que me engulas o mais fundo que consigas.. Gosto que me sugues e chupes ao mesmo tempo que a tua mão desliza para cima e para baixo ao longo do meu sexo em movimentos que acompanham a tua boca quer em velocidade quer em intensidade.. Gosto de sentir os teus lábios quentes nos meus testículos quando os saboreias suavemente.. Gosto da forma como me engoles e o prazer que ambos retiramos disso.. Gosto do teu olhar que acompanha a minha expressão de prazer quando aumentas o ritmo e cada vez mais húmida e quente essa boca me chupa mais fundo.. Gosto de me soltar para ti e vir-me intensamente na tua boca.. Gosto de ver a minha esporra quente nos teus lábios e sofregamente beijar-te assim.. Gosto essencialmente que me uses assim..

Visualmente sexuais

Desmond Morris é um conhecido biólogo que teve a particularidade de analisar os humanos sob um ponto de vista puramente zoológico. Já o referi aqui, no Vício. A sua abordagem gerou muita polémica, não sendo a sua visão atualmente aceite nos meios académicos. Contudo atendendo à linguagem acessível e simples que usa nos seus livros e documentários tornou-se um dos autores mais conectados à "popular science". Confesso que gosto de o ler e de ir revisitando os seus livros, permitem-nos uma outra perspetiva dos humanos e acabamos sempre no fim a interrogar-nos "Será que não é assim!?".  Ontem voltei a reler um dos seus livros, em particular um capítulo sobre a utilidade dos lábios numa fêmea. A fêmea humana adulta típica exibe um par de lábios macios e carnudos. Os lábios são um símbolo fortemente sexual. Observando a forma que apresentam, a textura e a cor, os lábios do rosto são iguais aos outros lábios da mulher, os vaginais. Numa fêmea humana sexualmente excitada, os lábios da vagina ficam vermelhos e tumefactos. Ao mesmo tempo, os lábios do rosto também ficam mais inchados, avermelhados e sensíveis. Estas mudanças ocorrem em uníssono e resultam da passagem do sangue dos órgãos interiores para a superfície. As mulheres conscientemente ou não, desde sempre exploraram estas semelhanças e avermelham artificialmente os lábios do rosto. O batom vermelho intenso ou o lip gloss muito vermelho e muito brilhante deixam os lábios com um aspeto suculento e húmido. Torna-se impossível não associar este facto, puramente visível, à mensagem biológica subliminar. Uma excitação sexual intensa provoca secreções genitais e os atuais batons pretendem sugerir ao homem de alguma forma essa alteração fisiológica. Cria-se a ilusão de uns super lábios vaginais. As mulheres, desta forma, exibem para todos e de forma ativa o prazer que sentem com o sexo. Sinalizam e  o rosto feminino adquire um enorme impacto erótico, somente devido ao avermelhar dos lábios.

Raconte-Moi Une Histoire



Caminhava pela estrada de ladrilhos amarelos que lhe ditavam o destino. O percurso já se encontrava traçado, bastava seguir as pistas deixadas como migalhas para não se desviar da rota que havia encetado e para a qual dificilmente haveria retorno. Girou nos calcanhares, vermelho sangue, reluzentes e preciosos, sacudiu-os três vezes como quem bate na madeira. Rogava, inocentemente, a sorte de não se perder mas também sabia que a sorte nada diz da pessoa, não lhe diz respeito, não lhe comove as decisões nem lhe dita as respostas. Mas, pelo sim, pelo não, preferia contar com a sorte do que lançar-se à sorte. O caminho levou-a para onde desejava achar-se, um mundo encantado, de personagens inéditas, de brilhozinhos e purpurinas, de carnais desejos e impuras vontades. Já não era criança, já não se aventurava a sonhar, tentava convencer-se sempre que acordava. Mas a verdade é que sonhava e amiúde sucumbia ao vício de projetar infindáveis histórias, de inventar inadiáveis paixões. Viu-se, contando os passos dados e tingidos a amarelo, encurtando a distância entre o corpo que ansiava e o ponto de chegada que sabia conter a satisfação do desejo que a incentivava a continuar. Imaginava o prazer da consumação, imaginava-se entregue a um feitiço lançado para a desafiar, para a excitar, para lhe marcar na pele a luxúria, para lhe dar a provar prazeres indescritíveis, impensáveis, inconfessáveis. Imaginava-se a colher todos os frutos da árvore do pecado, a conhecer todas as formas de saciar e de satisfazer, de amar e lamber, de chupar e penetrar, de gemer e beijar, de furar e comer, de trincar e gritar, de prazer, sempre de prazer. Marcou o compasso firme e decidido, havia de lá chegar mais depressa que o previsto, queria saber o que se encontrava no fim da linha. Depois de uma curva, vislumbrou ao longe, a lua pendurada no céu, vaidosa e imponente como que dizendo "à noite mando eu!" e sorriu por se sentir mais perto, quase lá. Ameaçava chover e as nuvens de tudo faziam para tapar a orgulhosa lua, prostrada exibindo a pretensa beleza que alvitrava ao mundo. Chegou. Chegou e sucumbiu, ajoelhou-se numa vénia ao mundo que lhe era agora dado a conhecer, embrenhou-se nele, respirando-o e deixando que se entranhasse no seu peito, guardando os bafos de prazer que se sucediam sem parar. Inspirou, olhou a lua que lhe sorria agora de volta, pestanejou, acordou.

Cerejar

 "O vinho é, a seguir ao sexo uma das mais fascinantes experiências reservadas ao ser humano"(*)

Recebo a meio da tarde um sms teu "Vem tomar um copo de vinho comigo, ao final da tarde. Sítio do costume?" Respondo-te que sim e acrescento as saudades que te tenho. Concluo que está quase a fazer um ano desde a última vez que te vi. Quando chego, tu já lá estás.  Levantas-te para me dares dois beijos. Cheiro-te, ainda usas o mesmo perfume. Inundam-me uma série de lembranças que o teu cheiro me traz. É sempre assim! É como abrir um livro. Dizes que vais escolher o vinho por mim. Começas a dissertar sobre a razão da tua escolha .... a cor escura, o cheiro a fruta acabada de esmagar, o aroma intenso, o sabor que teima em permanecer na boca, um vinho cheio e persistente, dizes tu. Concordo, mas tudo isso me lembra o sexo. Degustar um bom vinho é como fazer sexo. Conforta-nos e preenche-nos a alma. Digo-te isto mesmo. Sorris e vais buscar lembranças nossas, quando misturamos sexo e vinho. Dizes-me que tens vontade de o voltar a beber do meu corpo. Olho-te. O fascínio que os teu olhos azuis sempre exerceram sobre mim é fantástico. São perfeitos ímanes. Engraçado isto que temos e que vamos prolongando no tempo.Sempre sedentos um do outro, como se fosse uma estreia. Perguntas-me se tenho as sextas livres. Digo-te que sim. "Combinamos para a próxima". Levanto o olhar, sorrio e digo-te: " Não! Apeteces-me já hoje. Vamos?"


(*) Comentário deixado recentemente num post bastante lá atrás, no início do Vício. Tenho uma paixão assumida por maduros tintos do Douro. O Pintas de 2001, nunca tive a oportunidade de beber, mas acredito profundamente ser uma experiência do outro mundo.

(Ela) could have said it #28


Delicatessen!

"Don`t you sometimes wish you had two cocks? I know I sure do."
                                                                                              
                                                                                               Hank Moody
                                                                                             Californication

Black Beauty

Contrastavam em tantas coisas quanto aquelas em que se sobrepunham. Os cabelos longos de uma e o curto de outra. A pele morena, tingida pelo sol e a branca, imaculada, marfim. O corpo esguio e salpicado, as curvas acentuadas. As calças de ganga e o vestido. As sardas e os sinais. A emotiva e a sensata. Contrastavam em tanto que a olho nu, a ligação estabelecida pareceria votada ao insucesso. Só que, aparentemente tão diferentes, encontraram uma na outra a peça do puzzle que lhes faltava. Viam no olhar que lhe era reflectido, a certeza de que se completavam, a certeza de que o amparo era mútuo e de que a diferença era tão ténue que se misturavam de uma forma líquida e indissociável. Tinham-se na carne, no corpo, no desejo, na aventura. Tinham-se na cumplicidade, na destreza dos planos, no complementar de pensamentos, no terminar das frases uma da outra. E era num comungar de vontades que viajavam juntas, que almejavam a serem maiores, que desejavam voos enormes, que pretendiam fundir-se e tornar-se parte de uma sociedade em que os lucros seriam repartidos equitativamente, em que os sorrisos seriam partilhados e oferecidos, em que o prazer uma da outra seria a preocupação de fundo, em que o lema seria viver sempre, viver tudo, viver como se o amanhã não existisse mais. Só sabiam ser assim, em carne viva, em fogo lento, em orgasmos eternos.

"Tell me baby ...

... are you wet"

Dias que me sinto permanentemente molhada. A todo o momento penso em sexo. Povoas o meu pensamento. Insistentemente. Acontece-me, por vezes, estar a falar com alguém e se a conversa não interessa, lá vens tu ao pensamento. Nós. O sexo! O de ontem. O que irá ser o de hoje! Resultado, Encharcada! Sempre!

De sobremaneira ...

Imploro-te com o olhar. Escaldo. Estou quente como o fogo. Tive um dia esgotante e preciso de sexo. De foder. De te foder. Só assim me vou acalmar. Vou-me chegando para ti, lentamente. Toco-te, primeiro ao de leve. Continuas a ler, como se não fosse nada contigo. Eu insisto. Sinto-te a crescer. Intumesces. Tenho o que queria! Sorris e largas tudo. Beijo-te prolongadamente. Olho-te e subo para cima de ti. Faço-te entrar por completo, de uma única vez. Um misto de prazer com um pouco de desconforto inicial. Ajeito-me para me encaixar melhor. Agarras-me pelo rabo. Apertas-mo. Gosto. Começo a marcar o ritmo, baloiçando a anca. Aperto-te. Preciso de te foder de forma rápida. Quero me vir!

(Ela) remembers...

A palete de cores com que se pinta a vida tem um leque variado. Misturadas, são ainda mais, mais que as cores do arco-íris, mais que as que conseguimos nomear e contar com os dedos das mãos que escondemos atrás das costas como crianças que se esqueceram da tabuada. Misturadas as cores, dispostas num desenho único, o quadro torna-se de uma beleza sublime, capaz de hipnotizar o mais incauto dos espectadores. Foi assim com eles. Pintaram Nova Iorque de cores que pouco combinavam com a hodierna cidade maçã, transportando-os para uma tela nova, uma tela de espelhos e lençóis desfeitos, de corpos acelerados pela ânsia de se tomarem, ao som de uma banda sonora original, feita de gemidos e sussurros, de gargalhadas e urros de prazer. Ele ansiava vê-las juntas, vê-las sucumbir à vontade de se terem, vê-las passar das palavras aos actos e, por isso, demorou-se em preparos, em detalhes. Subrepticiamente. E elas ansiavam por sentir o olhar dele cravado nos seus beijos, nas suas carícias, no massajar das suas línguas, nos beliscares dos mamilos, nas mãos exploradoras que aqueciam a pele e a líbido uma da outra. Perderam-se na novidade, nos sorrisos cúmplices, na descoberta de um corpo novo mas que sabiam no seu íntimo como tocar. Comprovaram, por si, que o que as unia transcendia a matéria mas se concretizava nela, na carne, na beleza do corpo que cobiçaram e desafiaram, que excitaram e provocaram. Uniram as bocas, num beijo único, num beijo que ditaria os seus desígnios doravante, um beijo que lhes selou os destinos e culminou num sorriso cúmplice, num assentir de vontades, numa declaração de intenções. Pouco a pouco, entregaram-se ao prazer que o prazer da outra lhe proporcionava. Ele mantinha-se à distância, observando cada gesto, cada avanço, cada alça de soutien retirada, cada cueca que deslizava lentamente na suavidade da pele arrepiada, da pele salgada e doce que contrastava e se completava em simultâneo, cada investida em direcção a uma entrega. Ouvia os sussuros que elas deixavam escapar, os gemeres cada vez mais intensos até que elas reclamaram a sua companhia. Envolveram-se num beijo a três, num encaixe de bocas, num misturar de sabores. Sentiu nelas os resquícios do que elas já haviam provado e cresceu. Queria provar por si e sentir-se invadido pelo gosto do prazer. Elas sabiam que era hora de tomar conta dele e de se repartirem, de se desdobrarem num triângulo funcional e de se partilharem solidariamente. Queriam-no. O seu membro depressa foi alcançado por duas bocas que haviam idealizado um beijo permeado pelo alvo da sua luxúria, um lamber que culminaria no entrelaçar das suas línguas, um símbolo da perfeição da sua postura perante a vida, perante o prazer, perante o gozar puro e pleno. Depressa trocaram de posições, a vontade de se multiplicarem e de serem omnipresentes acelerava-lhes os movimentos. Na boca dele surgiu outro sabor e o seu membro era agora manobrado por outra língua, por outras mãos. Os beijos intensos, longos, molhados, ensandecidos sucediam-se. O toque premente, ansioso, louco, permissivo. O desejo de entrar e de preencher, de sentir entrar e de se sentirem preenchidas tornava-se cada vez mais notório e os movimentos espelhavam a vontade que os consumia. Entrou nela, saiu dela, entrou nela, saiu dela. Entrou nela, saiu dela, entrou nela, saiu dela. Determinado, aplicado, investido em lhes dar o prazer que idealizavam não descansou enquanto não as sentiu gemer aquele gemido inconfundível, aquele grito sufocado, aquele espasmo surpreendentemente apaziguador. A disposição dos corpos ditou o orgasmo singular que cada um sentiu. Um clitóris lambido até à exaustão, um penetrar até à explosão, um grito de loucura em uníssono, uma tela composta de prazer. Transpuseram a linha traçada no chão e que lhes delineava os limites. Transpuseram a linha de forma voluntária, com o animus que vem de dentro, transpuseram a linha para reencontrar o eu, o verdadeiro, aquele que deixamos intocável sob o véu da veleidade e que tememos por causa dele ser olhados de soslaio. Transposta essa linha, cedo se aperceberam que alargaram o campo de aplicação, que os limites agora eram outros, que de uma forma irreversível haviam esticado  a corda e agora queriam mais. A busca do prazer tornara-se missão, projecto, jogo. E é neste jogo sem regras, apenas as que o corpo dita, que se perdem em idealismos, em vontades, em desejos a concretizar. É no jogo da partilha que sabem ganhar mais. Porque há partilhas que configuram verdadeiras multiplicações e não divisões. E fazendo as contas, o prazer repartido mostra-se simplesmente e substancialmente maior: O dobro, o triplo, o múltiplo. O denominador comum é sempre o prazer. Jaziam agora, ofegantes e suados, escorrendo resquícios de prazer, sinais de sexo e luxúria, certos de que o quadro que haviam composto era uma obra inacabada, em constante evolução.

Points of View #11

"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."

Anaïs Nin

Hoje sinto-me ....

muito .... Gulosa
 e
...  quero comer .... mais do que uma dose
Posso?

A Natália!

"Acusam-me, continuam a acusar-me de tanta coisa, de ser promíscua, de ter relações com homens e mulheres ... o problema é que eu quase não tenho libido. Mesmo em nova, o sexo nunca representou grande coisa para mim. Sempre gostei, por outro lado, de homens mais velhos do que eu ... ora nesta altura, com a idade que eles têm, já não funcionam"


Em tempos foi considerada uma das mulheres mais bonitas de Lisboa. A sua presença fazia-se notar. Natália foi uma mulher que nunca se encaixou no espaço que lhe foi destinado, nem nas normas, nem nos modelos. Ontem, se fosse viva completaria 90 anos. Pela sua força e pela sua frontalidade vale sempre a pena a evocar aqui no Vício.


O corpo é praia a boca é nascente
e é na vulva que a areia é mais sedenta
poro a poro vou sendo o curso da água
da tua língua demasiada e lenta
dentes e unhas rebentam como pinhas
de carnívoras plantas te é meu ventre
abro-te as coxas e deixo-te crescer
duro e cheiroso como o aloendro

True Colours #30



Havia-se embrenhado em pensamentos soturnos, em demónios que lhe ocupavam os espaços vazios da mente, em monstros difíceis de escorraçar. Havia inutilizado a libido, deixando-a perder-se nos meandros da escuridão que lhe toldavam o gosto pela vida, que lhe bloqueavam o prazer por o sentir distante de si, distante da sua pele, inexistente no seu íntimo. Havia-se perdido no caos intrínseco da vida, das questões mesquinhas, dos obstáculos auto impostos numa espécie de inclinação para a dor. Porque a dor lhe parecia mais verdadeira, ao menos essa sentia-a. Bastou um instante, um instante em que sentiu o click, em que se viu ao espelho e pensou que afinal tinha tanto para dar, tanto para se oferecer. Deambulou pelo corpo, na pele clara e macia, nas curvas que sabia serem o seu melhor atributo, nos pontos que a aceleravam, imaginando e consubstanciando em si as mãos que sabiamente a costumavam saciar. Sorriu para o espelho e ele sorriu-lhe de volta como que dizendo "sempre estive aqui, bastava quereres". Sentiu a sensualidade tomar conta dos seus movimentos, era consigo que dançava, uma dança da qual sempre retirara os melhores frutos, uma dança que sabia de cor os passos, os ritmos, os sons. Mexeu-lhe, como que percorrendo um mapa, procurando um destino, viajando em céleres compassos, almejando o prazer, almejando o despejar da lama que lhe tolhia os passos e a mantinha presa, incapaz de se mover. Acariciou, massajou, estimulou. Sentiu o líquido começar a desenvolver-se dentro de si, a soltar-se das paredes, escorrendo suavemente e preparando-a para a entrada, para a penetraçao final, para o último capítulo, para o explodir que já não oferecia a mais ténue resistência. A partir dali, tudo se voltou a encaixar. O prazer de si mesma, o amar do seu corpo, o vício do prazer, do orgasmo, do desenfreado fruir da carne que era sua. (Re) encontrou-se.

O feminino e o masculino #3

As mulheres têm uma característica sexual que vem certamente do seu passado distante - a flexibilidade da sua sexualidade. A natureza, por vezes, é confusa e temos sempre a velha tendência ocidental de dividir o mundo em dois tipos de pessoas, os heterossexuais e os homossexuais. Acredito que estas duas categorias por vezes não são distintas, não havendo em absoluto uma necessidade de as categorizar de uma forma tão rígida. As mulheres possuem uma orientação sexual muito mais ampla e mais generalizada e em resultado disso, as mulheres têm uma maior tendência para a bissexualidade. Os homens por norma são mais convergentes. Podemos pensar e tentar ir lá atrás e argumentar que a flexibilidade sexual feminina pode ter surgido como um factor de adaptação. O homem para perpetuar a espécie precisa de cortejar mulheres (percurso mais rígido). Por seu lado, as mulheres precisavam de alguém que as ajudassem a criar os filhos. Basicamente as mulheres precisavam de um parceiro a longo prazo, quer fosse homem ou mulher. Os dois sexos não possuem, desta forma, padrões sexuais iguais. A sexualidade das mulheres está inserida num contexto mais vasto de sensações físicas e emocionais, sendo muito mais abrangente. Na realidade, o prazer sexual feminino está dirigido para uma maior variedade de parceiros, podendo estes serem homens ou mulheres.

Animalesco...

Durante a corte, a iguana macho bufa para cima, para se mostrar dominadora e importante, e depois ataca a fêmea com agressividade. Estando a fêmea sexualmente recetiva, responde rastejando sobre o ventre, numa posição de clara submissão. A sua passividade convida à cópula. Nas iguanas, como em muitos, outros répteis, os sinais de submissão da fêmea, a par dos gestos de domínio por parte do macho, são essenciais para o coito.

A penny for your thoughts


1) O que está sempre no teu pensamento?
   Sexo e trabalho. Se bem que agora me ocorreu sexo no trabalho...hummm.
2) O que diz a última mensagem que recebeste no telemóvel?
   " Vens?"
3) Dormes com ou sem roupa?
   Apenas um top ou uma t-shirt.
4) Alguma vez escreveram um poema ou canção sobre ti?
   Sim, um poema na adolescência.
5) Pega no livro mais próximo de ti. Vai à página 23 e transcreve o último parágrafo.
   "O amor não se manifesta através do desejo de fazer amor (desejo que se aplica a um número incontável de mulheres), mas através do desejo de partilhar o sono (desejo que só se sente por uma única mulher)" Milan Kundera.
6) Qual foi a última mentira que disseste?
  "Fiquei sem bateria no telemóvel."
7) Alguma vez se espalhou um boato sobre ti?
   Sim.
8) Acreditas em magia?
   Não acreditar em magia é impossível. 
9) Qual foi a última coisa que compraste?
   Café.
10) Amor ou luxúria?
    Amor E luxúria.
11) Cuspir ou engolir?
    O que me apetecer na altura.
12) Como conquistar-te?
    Desafiar-me, provocar-me, manter-me entusiasmada, desejar-me, fazer-me surpresas e.. muito mimo! 
13) Gostas de ser fotografada?
    Gosto. Sou uma narcisista e vaidosa incorrigível.
14) Qual foi a última música que ouviste?
    "I think of you" de Sixto Rodriguez.
15) Já te masturbaste?
    Hoje não.


Anseio


Anseio pelo teu corpo.. Anseio pelo prazer inigualável de lhe tocar.. Anseio pela tua carne rija que gosto de sentir na minha boca quando a trinco sôfrego do seu sabor.. Anseio pelo momento preciso em que nos meu lábios a húmida e quente textura dos teus líquidos me inunda enquanto te degusto.. Anseio pelo arquear do teu corpo ao enfiar dentro do teu sexo ardente dois dedos que iniciam uma exploração insensante.. Anseio pelos teus gemidos estridentes que me ensurdecem e tomam conta do espaço que nos rodeia.. E assim anseio por ti..

"Ela faz cinema"

Tocas-te por cima das calças. Olho-te. Questiono-me se tens consciência que me estás a excitar. Retribuís o olhar. Lês-me o desejo. Não dizes nada. Permaneces sereno. Sorris de gozo. Sacana, penso. Sorrio-te de volta. Vejo-te a desapertar o cinto das calças e a abrir os botões da camisa. Começo-me a despir também. Sem tirar os olhos um do outro, despimo-nos frente a frente. Jogo fantástico, este! A cada peça que tiro mais excitada fico. Sinto-me molhada. Muito molhada. De cuecas e soutien, ponho-me de quatro, no sofá, virada para ti. Aproximas-te, agarras-me o rabo. Com uma mão afasto as cuecas para o lado. Entras em mim. Cravo as unhas no sofá. Grito. És intenso, forte, voraz. Perfeito. Eu adoro assim! Quero mais. Preciso de mais. Recomeçamos?

A carne!

Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
(...)
 Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
 Em que eu me dou
Em que te dás
(..)

                                                                                               "Canção do Engate"
                                                                                                 António Variações

Foreign Affairs (9)

"Teia"

by Malena

A BARCA DOS MIL SONHOS


As mãos prendem um perfume
Conheço tanta história com final feliz
Conheço mil caminhos
Paguei, de joelhos, tantas promessas

Meus Deus…!
Faltou-me a luz, arroxou-me a alma a saudade
Dormi, morri, tenho saudades de me encontrar com a morte
Tenho-me perdido do destino, do norte

Sou como um luar de volta incompleta
Um lamento dos deuses na madrugada
E entre as ruínas deste pardo crepúsculo
Sentei-me num chão frio, abandonei a chegada

De assalto meu corpo foi ficou preso ao nada
A gaivota da minha memória perdida numa tempestade
Os voos do meu olhar já não alcançam a ilha
Não me falem mais, não quero! Que morra a saudade!…a saudade

Este lume do sentir nunca me aparta
A febre lenta deste viver mata-me as palavras
Toda a gente chegou tarde ao dar-me a mão
Folhas latejantes, quentes, agrilhoada paixão

Estou fatigado deste voo
Estou vazio do querer acreditar
Adormeço com a desistência dos milhafres
Será que no amanhã ainda me amarão

Onde dormem os milhafres?
Para onde vão os sonhos vãs?
Onde poisam as gaivotas durante a tempestade?
Para que serve sentir o ódio a gerar saudade?

Há uma cadeira na espera do meu cansaço nocturno
Há um rumor no crepúsculo a esvanecer dos seres bizonhos
Há a brandura da minha alma envolta em duas lágrimas
E há um mar arável para esta…Barca dos Mil Sonhos…

Mute !!


tudo era permitido naquele tão intimo momento.. tudo menos o som!! o sabor dos beijos húmidos espalhava-se livremente pelo corpo ao mesmo tempo que se transformava ao misturar-se com o sublime sabor intenso que os corpos expeliam pelos seus poros abertos fruto da essência do prazer que despertava.. os gestos intensos e firmes tornavam os movimentos longos e cúmplices acompanhando o bailado dos corpos encaixados num perfeito bambolear nu e cru.. mas o som.. o som dos gemidos loucos que inundavam doutras vezes o ambiente.. o som único e ensurdecedor que fluía sempre dos corpos de uma forma livre e majestosa desta vez não era permitido.. estava cativo.. obrigado a ficar dentro das gargantas não podendo dar o seu contributo para tão lascivo momento.. e é na ausência de algum sentido que nos apercebemos o quando nos faz falta esse sentir para estarmos completos..

Nem mais ... #8

"Everything in the world is about sex except sex. Sex is about power"
                                                                                                    
                                                                                                       Oscar Wilde

Hurt me like you mean it

Colocou-se à disposição. Pronta para ser usada e fruída sem ver o seu agressor, sem lhe poder antever os movimentos, sem lhe traçar o perfil, sem lhe adivinhar as vontades. Desprovida do sentido da visão, a sua posição de submissão denotava uma certa fragilidade mas o seu corpo demonstrava o contrário. De queixo levantado e de peito firme, estava preparada para receber o que viesse. Manietada, a supremacia do seu par era evidente mas, ainda assim, ela não baixava a guarda. Sabia que, mesmo subjugada, o prazer seria o único objectivo a levar a cabo. Sabia que, privada de liberdade de movimentos e da possibilidade de antecipação, os restantes sentidos se lhe potenciariam automaticamente e o desejo surgiria paulatinamente num nervosismo concomitante ao prazer. Ouviu, os passos a aproximarem-se lentamente. Sentiu uma língua roçar-lhe o lóbulo da orelha, deixando-lhe uma respiração profunda e rouca, pairando-lhe ao ouvido. Estremeceu, de receio e de desejo, inspirou e expirou profundamente. Sentiu uma mão, suave e pesada, percorrer-lhe os seios, traçando círculos imaginários e arrepios díspares, dirigindo-se sempre para baixo, pelo ventre fora, encontrando-a temerosa mas ávida. Enterrou-se-lhe no cume provocando um contorcer instantâneo e um gemido descontrolado, um escorrer imediato, um rogar sem pedir, um implorar abstido de palavras, um autorizar a tudo no silêncio da boca, apenas manifestado no ruído do corpo que falava por si só. Deixou-se levar, ciente de que o prazer era soberano e o orgasmo exponenciado pelos sentidos sobrantes. Gozou.

desejos nocturnos #14


filled with perverted disiares.. dizy from the look you gaze at me.. i feel my head speaning around and around.. filled with head and fire.. luscious i feel in the need my body has of yours.. i urge your touch.. your full lips around my cock.. that mouth that sucks and swallows and sucks right back again.. deeper and deeper.. tonight i just feel for you..

Revista Erotika

A Revista Erotika é uma revista online e gratuita, lançada esta semana. É uma publicação que aborda o erotismo e a sexualidade, e vem colmatar lacunas no panorama editorial relativamente aos temas de conteúdo exclusivamente adulto, fazendo-o com rigor, classe e profissionalismo o que pode ser facilmente comprovado. Como aconteceu com outros bloggers, fui abordada pela Revista para autorizar a publicação de textos do "Double Life", enriquecendo-a com visões e perspectivas diferentes do sexo, do erotismo e do prazer. É uma verdadeira honra constar da edição de lançamento, a edição #1. À Erotika deixo o meu sincero obrigada por acreditarem que os meus escritos merecem fazer parte do projecto que agora se inicia. Vão ver!


Lambareira!

"Plus the sense of power is such a turn-on, maybe you`re on your knees, but you got him by the balls"
                                                                                                   Samatha Jones
                                                                                                   Sex and the City

E quem nunca se lambuzou nuns tintins que atire a primeira pedra! O gozo que me dá em "os tomar" nas mãos como se fossem meus! Só meus! O massajar, bem devagar. Chupar, ora um, ora o outro. Lamber. Olhar-te nos olhos, enquanto o faço. O poder. Molhar um dedo e explorar-te lá, atrás. E tentar dois, deixas?!

(Ela) could have said it #27


Sabes quando ...

... o roças ao de leve nos meus mamilos? Aquela sensação das diferentes texturas.O ficarmos ambos duros, quase instantaneamente. Aquele arrepio que surge. O beijo que se troca. Os olhares que "falam" e dizem o que querem, com urgência! A primeira gota que, por vezes, se solta... É tão bom!

Smoking Hot (19)

Há corpos que nos seduzem pela forma como se impõem ao olhar, como se impõem à vontade, como se impõem ao desejo num cárcere apenas comparável ao de uma inevitabilidade. Ao vê-lo, excitado, rijo, grande e inequivocamente pronto, os olhos fixaram-no e traçaram mentalmente um guião que desejava protagonizar de imediato. Saltar para cima da cama, pegar-lhe para tão só lhe tirar as medidas, para lhe sentir o tamanho e a vontade, para lhe imaginar a destreza, para lhe comandar o destino. Dobrar-se, ajeitando-se, para tão só lhe provar o sabor, para o tomar na boca e o acariciar lentamente, deslizando a língua em circunferências de sentidos exaltados, em engolires de satisfação, em manejares de luxuriante fulgor. Sentar-se, nele, guiando-o para dentro de si e ritmando as entradas e saídas ao jeito da sua vontade, ao compasso do orgasmo iminente, sentindo o fuso girar dentro de si, em rotações surreais de prazer. Há corpos que nos hipnotizam no segundo que se nos entregam, que se nos apresentam diante dos olhos, as portas da alma, nos invadem a mente num rompante, despertando o desejo e a volúpia, a paixão e a vontade, a tesão e o ardor.

my bondage snapshots #57


E quando há imaginação ...

"Don`t do that. Don`t reduce it. That was not sex. That was naked poetry. I mean, if we had let them hook up cables to our private parts, I bet we could `ve lit up the entire Sunset Strip. I`m serious. I haven`t been fucked like that since I was a altar boy"
                                                                                                       Hank Moody
                                                                                                     Californication

Branded

Tombada, aparentemente desfalecida, aguardava o momento em que ele entraria nela, preenchendo o vazio causado pela ausência, marcado pela falta de se saciar, pela dor física de não o ter, hirto, grande, firme, inteiramente dedicado a si. Indagava-se, de si e para si, de olhos fechados, como era possível tê-lo tão marcado no corpo, tão entranhado na pele, tão dono do seu prazer e prolongava os segundos que medeavam entre estes pensamentos e o momento em que se veria novamente preenchida, inteira, unida à peça do puzzle que a completava, para tão só desfrutar ainda mais do instante em que ele deslizaria para dentro dela, tocando-lhe no centro do seu corpo, roçando a perfeição de uma entrega. Abriu-se o mais que pode, ajeitou-se o melhor que conseguiu, deixando a descoberto o desejo e o desespero de o sentir de novo seu, em estocadas imbuídas de paixão, em investidas consumadas de prazer, em orgasmos expiatórios dos demónios que lhe consumiam a alma, dos obstáculos que se lhe impunham à plenitude. E, num rompante, sentiu a carga emocional transmutada em ardor, em fulgor, em regozijo, em trejeitos suspirados de prazer, num abraço de corpos, numa fusão de peles, num acariciar mútuo de almas.

quero-te minha puta..



Hoje és Puta.. a Minha puta.. hoje e sempre.. quero-te possuir num visceral cocktail de sensações.. quero envolver o teu corpo abruptamente nos meus braços e retirar de ti todo o prazer que te preenche.. dos teu poros quero retirar o aroma inebriante da tua tesão.. dos teus lábios o som ensurdecedor da luxúria que te possui.. do teu sexo os líquidos espessos da vontade que te percorre as veias.. quero-te Minha Puta.. hoje e sempre..
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