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Porque nós somos a memória de alguém ...

 
Quanto a ti, amor, me possuiu no abraço
em que de penetrar-te me senti perdido
no ter-te para sempre
Quanto de ter-te me possui em tudo
o que eu deseje ou veja não pensando em ti
no abraço que me entrego 
Quanto de entrega é como um rosto aberto,
sem olhos e sem boca, só expressão dorida
de quem é como a morte
(...)
                                                                                               Jorge de Sena
                                                                                                 
Irei estar fora durante a próxima semana, os acessos à net que terei disponíveis serão limitados e absolutamente draconianos. Penso que me será possível aceder ao email. Não sei se será possível o acesso a páginas de blogues com conteúdos para adultos. Assim, agendei alguns posts para saírem durante toda a semana de forma a manter um pouco de atividade aqui no Vício. Os comentários, a existirem, serão libertados à medida que consiga os acessos. Tenho esperança de encontrar um Starbucks! Até lá beijinhos a todos e obrigada por estarem desse lado, tem sido uma experiência engraçada.                                                                          

Full Throttle #20

Assim que se deteve nela, sentiu um estremecer repentino, como que uma submissão inesperada, um aperceber-se de que a partir daquele momento seria comandada pelos movimentos hábeis e ávidos de uma boca que lhe conhecia a vontade mais que ninguém. Afastou-lhe as coxas deixando a descoberto o local onde ansiava perder-se. Afastou-lhe subrepticiamente os lábios e procurou-lhe o clitóris que imaginava suculento, inchado, saliente. Lambeu-o e sugou-o demoradamente enquanto ela se contorcia desesperada, encavalitando as ancas, movendo-as ao ritmo de cada espasmo que a língua gulosa e perscrutadora lhe obrigava a sentir. Gemia, ensandecida pelo prazer que lhe cavalgava em todas as terminações nervosas, em pequenas ovações descontroladas. Escorria, jorrava, oferecia os seus sabores em fios de melosas excitações à medida que ele se introduzia com mais força nela, à medida que aumentava a velocidade dos estímulos, à medida que ela se aproximava perigosamente da apoteose. E sem abandonar os seus intentos, deu tudo de si para a sentir contorcer-se e gritar no orgasmo que desde o início lhe quis dar. Depositou-lhe um beijo na boca como que dando-lhe a provar o sabor do seu próprio prazer, observou o seu ar de contentamento, tímido e satisfeito, e de uma estocada só, introduziu-se nela. Afinal, não iam parar por ali, havia sempre mais a saciar.

O feminino e o masculino #2


" (....) as mulheres são menos entusiastas do que os homens quanto a participar numa escapadela de uma noite com alguém que seja casado ou esteja envolvido numa relação amorosa. Esse amante não só está indisponível, como os seus recursos estão direcionados para outra parte. E uma vez que ele está a enganar a sua parceira firme, é provável que também a ela fosse infiel. A maioria das mulheres também não depõe as armas por um caso amoroso breve. O que elas continuam a procurar é um parceiro saudável, estável, divertido, amável e generoso. Para as mulheres, o sexo casual nem sempre é tão casual como para os homens. 
Quando os homens procuram o amor passageiro, tendem a não dar importância à falta de inteligência de uma mulher. Também escolhem mulheres que sejam menos atléticas, menos educadas, menos feias, menos estáveis, que tenham menos humor, e que se enquadram numa faixa etária mais ampla. E ao contrário das mulheres, podem mesmo sentir-se atraídos por uma mulher que tenha fama de ser promiscua. Como Mãe West tão habilmente o expressou, "Os homens gostam de mulheres que tenham um passado, porque esperam que a história se repita" (...)"


Helen Fisher é uma das minhas autoras favoritas, já a partilhei aqui no início do Vício. Tem estudos interessantes sobre o sexo, a paixão e o amor, que "espalha" há mais de 20 anos pelos diversos livros que publica. Todo o trabalho de investigação dela está direcionado, principalmente nos últimos anos, para tentar perceber porque no meio de tantas pessoas que vamos conhecendo nos apaixonamos por aquela específica. Porque que é que uma pessoa inflama os nossos circuitos cerebrais primitivos enquanto outra perfeitamente adorável nos deixa totalmente indiferentes? Devido talvez à minha formação base, na área das ciências, acho que tudo tem que ter uma explicação perfeitamente racional pois só assim, para mim, faz sentido. Agradam-me ler estudos destes temas e confesso que muito coisa faz sentido para mim. O extrato que escolhi deve originar alguma polémica e por isso mesmo foi escolhido.

Dantesco


Montas-te em mim.. Louca e lasciva enfias o meu membro erecto dentro de já  húmida e quente da exploração que a minha língua acabou de ter em ti.. Montas-te e fazes questão que eu fique totalmente dentro de ti.. Pressionas à bruta dando aquele jeito à tua anca e eu sinto-me a preencher totalmente o teu sexo.. Sinto-me dentro de ti plenamente aconchegado pela tua vulva que solta espasmos e contracções fortes que me fazem igualmente vibrar de prazer.. A tesão apodera-se de nós e trocamos entre beijos sôfregos palavras intensamente carnais.. Agarro-te pela cintura sentindo também nos meus dedos as tuas nádegas e tomo as rédeas  a impulsiono em ti o frenético movimento que quero retirar da tua anca.. "Fode-me!!!" Grito.. Ao mesmo tempo que soltas completamente louca gritos capazes de acordar os mortos e darem tesão a qualquer ser celibatário.. O movimento frenético do nosso encaixe traduz-se em líquidos que jorram quentes dos nossos sexos e que nos encharcam num deleite de prazer.. E por momentos.. Por momentos não sinto.. Por momentos estou como observador deste quadro dantesco em que dois corpos existem unicamente para se devorarem..

O PAGADOR DE PROMESSAS


Este novelo de fio negro
Este xaile de uma vista só e negra
Este barco de negreiros, esta aventura
Esta arroxada alma acreditar na ternura

Esta chuva de verão, esta sedenta terra
Numa casa do sul vi vultos do Mar
Pintei sombras, luz, uma infinita claridade
Pintei ventos dolentes, pintei a saudade

Uma exaltação solta nas frinchas de uma espera
Absorvi a transparência da música
Invadem-me a lembrança mil primaveras
Afasto do pensamento repetidas quimeras

Os meus olhos já não colhem ódios
Já não adormeço nas madrugadas da melancolia
Já não me lembro da idade de um homem amar uma mulher
Sinto ainda o odor do orvalho num fruto qualquer

A esmagadora pureza das maçãs
Frutos mordidos por uma Lua prazenteira
O cheiro a Sol e sal vindo de entre as pedras
A respiração da Terra, absolvição derradeira

O caminhante, caminheiro…
Cavaleiro andante, quixotesco semblante
Uma espada de papel, escudo de lata
Um cavalinho de barro a que chamei rocinante

Uma porta antiga aberta de par em par
Acordei no silêncio os trincos da memória
Às vezes fico assim calado ouvindo os dias
Às vezes penso nas cores de uma contada história

Às vezes…
Penso que “Meu Deus” em mim professas
Às vezes louco escriba, pintor de lamentos
Ou talvez, pobre…Pagador de Promessas…

Excibicionismo

E quem não gosta? A mim excita-me e muito!

(Ela) tem Caprichos Matinais C

Esventrou-lhe o corpo, todo. Passeou-se por ele, demorou-se em cada recanto, explorou cada protuberância, introduziu-se em cada reentrância, imiscui-se-lhe em cada poro, lambendo-lhe o suor e o perfume, o desejo e a excitação. Rasgou-lhe os obstáculos à vontade, comungou do que ela tinha para lhe oferecer, uniu-se-lhe num encaixe que mais que perfeito era o que os desígnios ditavam. Perturbou-lhe a calma e a quietude de pensamento, alterou-lhe o palpitar do coração que de compassado passou a acelerado, calou-lhe a razão mostrando-lhe a loucura, sonegou-lhe os sussurros proporcionando-lhe gritos e gemidos. Esventrou-lhe o corpo, todo, apoderando-se do prazer que cada beijo instigava, que cada electrizante toque lhe inspirava, que cada rodopiar dos corpos assomava. Tocou-lhe com mestria e habilidade, fechou-lhe os olhos e abriu-lhe o caminho para o deleite, para o momento em que deslizaria impetuosamente para dentro dela, roçando-se nas suas paredes, entrando e saindo numa maquinal mas errática entrega, numa explosão de desejo e alquimia.

"Is anal legal?"

Miranda: It`s all about control. If he goes up there, there`s gonna be a shift in power, either he`ll have the upper hand or you will. Now there`s a certain camp that believe whoever holds the dick, holds the power. The question is, if he goes up your butt, wil he respect you more or respect you more or respect you less? That`s the issue.


Uma das mais famosas cenas da série Sex and the City, na qual as protagonistas discutem toda a problemática inerente ao sexo anal. O pragmatismo de Miranda é desconcertante face às dúvidas de Charlotte. É inevitável não nos rirmos com a cena. No fundo as verdades óbvias estão todas lá. Há a dominação, há o poder e há a velha máxima "a hole is a hole". Confesso que me sinto particularmente excitada com a prática de sexo anal, deve ser da dominação imposta ou da posição. Estar de quatro e com a cabeça apoiada na cama é algo que me tira profundamente do sério e então se lhe juntarmos as palmadas ...

(E)m estado líquido #43

Não se contentava com pouco, o mais e o maior, tinham um íman demasiado intenso para se deixar cair na rotina dos dias, na certeza da passividade. Invariavelmente, escorria desejo, flutuava nas águas do prazer, afogava-se em lagos feitos de corpos e sucos que deles brotavam. O auto-controlo era travão que não conhecia, que não usava, e deixava que o corpo passeasse na senda da vontade sempre que aquele lhe mostrava sinais de excitação, sinais de tesão. Um toque, uma carícia, um olhar e o arrepio era instantâneo, o líquido formava-se-lhe como que antevendo uma fuga, como que antecipando uma entrega. Sorria, tímida, face ao corpo desgovernado que lhe pregava partidas, empurrando-a para o precipício do querer numa queda que desejava lhe tirasse o fôlego, lhe saciasse a carne, lhe alimentasse as entranhas do prazer que nunca achava em demasia. Banhava-se em paixão, sujava-se de sabores, embriagava-se de odores, bebia dos lábios o sumo do desejo, coleccionava imagens em fotossínteses de momentos, em deliciosos instantes de fruição.

Minha putona D'época


Vislumbro-te nesse traje de época requintado.. O espartilho que te acentua o tronco e faz mostrar apenas o rego do peito e me deixa a imaginar a tua pele macia que eu conheço tão bem.. O saiote que montado na armação levanta em curva na tua cintura escondendo-te as curvas levando a que a minha imaginação voe pelas infinitas formas de te despir e de te possuir.. Imagino-nos numa sala clássica com um ambiente quente e envolvente.. Castiçais acolhem velas que da sua chama acesa desfazem em liquido espesso a sua cera deixando o odor invadir o ar.. Véus, almofadas, sedas preenchem o espaço tornando cada superfície perfeita ao olhar e confortável ao toque, tornando cada recanto, cada peça de mobiliário perfeitos para serem palco da nossa luxuria.. Imagino a forma como te desaperto o vestido, o espartilho, tirando atilho a atilho sôfrego de sentir o teu corpo nu nas minhas mãos, o saborear da tua pele na minha boca.. Apeteces-me assim minha putona.. Simplesmente apeteces-me..

Just do (me) #11

O corpo é o veículo do prazer. Instala-se na mente a vontade de o usar e fazer dele o móbil da satisfação, o instrumento da devassidão que percorre os pensamentos e se concretiza em gestos carnais e movimentos sublimados pelo anseio de luxúria. O corpo move-se sozinho, lânguido, soberano, pavoneando as vontades, impondo-se ao olhar e aos princípios, deitando-os por terra, alimentando desejos, inventando formas de se saciar. Um desassossego, uma inquietude, um nervosismo que se atreve a ser saboroso e delicioso, que nos fita, num esgar aprumado pelo que sabe do nosso íntimo, e nos diz entre dentes, usa-me, toma-me, mexe-me, excita-me, violenta-me, abusa-me. O corpo incita-nos a querê-lo, hipnotiza-nos a satisfazer-lhe as necessidades primárias, exige-nos que lhe sucumbamos e tombemos perante a inexorabilidade do seu querer e de um orgasmo que une num laço apertado a sedução da matéria de que somos feitos e a podridão ideal de que é feita a nossa alma.

Em modo off

"Eu não saberia nunca como ajeitaria a minha alma a levar meu corpo a possuir o seu. Dentro de mim, mesmo ao pensar nisso, tropeço em obstáculos que não vejo, enredo-me em teias que não sei o que são. Que muito mais me não aconteceria se eu quisesse possuí-la realmente?"

Bernardo Soares

State of the Mind (73)

Tinha o corpo em euforia. Latejavam-lhe as veias pulsantes, percorrendo-lhe o interior como ácido que desfaz tudo à sua passagem. Culminava no coração que bombeava sôfrego e ávido, descompassado, acelerado, num ritmo que descrevia uma melodia ecléctica e irreconhecível. Tremiam-lhe as mãos, secava-se-lhe a boca, calava-se-lhe a voz que gritava no silêncio da sua mente. Embrenhou-se nele, pegou-o e reconheceu instantaneamente a forma e textura que se acomodavam nela e a preenchiam de plenitude e de prazer. Ansiou por lhe voltar a saborear o desejo, por o fazer seu, por o manobrar, por o envolver suavemente na boca que implorava lhe matasse a sede e a luxúria. Num instante, sentiu-se finalmente em casa. Provou-o e inebriou-se dele, do sabor que tinha gravado na memória, das pequenas gotas de prazer que se lhe alojavam nas papilas e lhe matavam o vício de tanto o querer. Chupou-o enraivecida, sugando-lhe a energia, rogando-lhe a entrega, almejando uma explosão e a reminiscência do que sempre foram um no outro. Lambeu-lhe as feridas, beijou-lhe as cicatrizes, amou-lhe a tristeza, sorriu-lhe a paixão. Lacrimejou, feliz.

my bondage snapshots #56


OLHOS DE NEGRO OLHAR



Latejantes folhas, quente terra, fresca água
Esta ilha respira no doce remanso da eterna maré
Aqui os deuses acordam na madrugada
Uma estátua acolhe os lamentos vindos do nada

Segui a viagem do pensamento
Sou a sombra de uma roseira brava
Entres ruinas a mais pálida luz
Vi um pássaro que no canto trinava o amava

Cresci nesta dormente melancolia
Ausentei-me do meu nome vezes sem conta
Adormeci no dia para enganar a noite
Abracei o inimigo em terrível afronta

Nesta ilha do meu canto
As casas são feitas de água e vento
Nesta ilha aprisionada pela bruma
Serei apenas sal solto na espuma

Nesta ilha ouço os passos chorosos da água
O alvoroço dos pombos no dia do divino
E já vejo talhado o ardente rosto de Setembro
E vi coisas tantas que já nem lembro

Regresso todos os dias de uma saudade
Senti na alma a sombra de Chopin a passear numa ribeira
Lavarei a alma de íntimas e dolorosas feridas
Não quero morar no vale das almas perdidas

Tangida de melancolia correu mais uma noite
Inebriei-me na força de um ritual
Era apenas uma simples oração que não sabia de core
Era mais ou menos, “perdoai-me Senhor, coisa e tal…”

Sinto ainda em, mim a inocência de plantar o vento
Sinto que nunca esquecerei o significado da palavra amar
Nesta ilha as pedras nunca serão brancas
São como…Olhos de Negro Olhar…

O mundo fantástico dos espelhos

 " Behind every masturbation there is a successful imagination"

Chego a casa cansada, foi muito tempo a conduzir. Pouso as coisas, abro os estores. Entra luz. (Des)arrumo as malas. Preciso urgentemente de um banho e de relaxar, trago ainda o teu cheiro colado. Mergulho num banho demorado. Povoas o meu pensamento a toda a hora. Olho e vejo-me ao espelho. A ideia de colocar espelhos paralelos na casa de banho foi de génio. Observo-me. Excito-me comigo própria e a pensar em ti. Algumas horas atrás ainda estavas dentro de mim, ainda te sinto. Saio do banho, enrolo uma toalha ao corpo e uma mais pequena à volta do cabelo. Depressa largo as tolhas, a caminho do quarto. Desembaraço  os cabelos, escorrem algumas gotas pelo corpo. Arrepiam-me. Massajo o corpo com creme, as mamas, os braços, o ventre, as coxas. Excito-me ao passar creme na parte interna das coxas, nas virilhas e perto dela. Deito-me na cama. Nua. Consigo ver-me reflectida no espelho grande que tenho aos pés da cama. Vejo o sexo reflectido nele. Exponho-me. Aberta. Olho-me. Exploro-me. Abro a gaveta da mesinha de cabeceira. Tiro um dos vibradores, não é o meu preferido, mas serve para o efeito. O outro ainda está na mala. Ligo-o. Regulo a vibração, aumento até ao máximo e faço-o entrar, aos poucos, em mim. A outra mão fricciona o clitóris. Sinto-me a relaxar. O vai e vem do vibrador, a mão no clitóris a acelerar o ritmo, comprimindo-o. Perfeito. Mas não me quero vir já. Quero brincar com ela. Ao pressentir o orgasmo diminuo a vibração. Repito a brincadeira algumas vezes. Escorro de tão molhada que estou. De repente, tiro o vibrador de dentro de mim, coloco-o no clitóris, abro bem as pernas, olho para o reflexo dela no espelho. A respiração acelera. Já não há retorno. Preciso de me vir. Digo que quero que me comas, a cona. O sexo contrai. Forte. Sinto-a a fechar e abrir. Gemo. Propaga-se por mim uma onda de prazer. Relaxo.  Foi tão bom! Precisava disto! Fico deitada a descansar. Levo a mão ao sexo. Encharcada. Provo-me. É bom estar de volta!

Humming - Portishead 
Quase de volta!

Esquece o mundo ....

Hoje, apetece-me .... levar-te à boca
 Estou com uma vontade enorme de me demorar em ti

O império dos sentidos

"Agora oscila, entre dois amantes, um a quem adora, outro a quem tira a pele"
Miguel Torga

Numa determinada altura da minha vida mantive, por algum tempo, uma relação, em simultâneo com dois homens. Foi algo que aconteceu. Não procurei, apenas surgiu. Nunca houve um compromisso com nenhum dos dois. As coisas fluíam naturalmente com os dois. Gostava e agradavam-me ambos, de formas diferentes é certo. Os dois completavam-me e com ambos as coisas nunca se cingiram só à cama. Agradava-me imenso sair da cama de um  e passado uma hora estar na cama com outro.O grau de excitação que atingia, a qualidade e quantidade dos orgasmos era indescritível. Tudo era viciante, os cheiros que me deixavam no corpo, um e depois outro e a mistura destes, o estar permanentemente molhada, as ausências durante o sexo, o ser totalmente explorada e penetrada por corpos diferentes, o conseguir excitar e dar prazer aos dois. Gostava francamente daquilo. Nunca me ocorreu (falta de imaginação minha) os juntar. Acho que o devia ter feito.


A atriz Shirley MacLaine declarou numa entrevista há uns anos atrás que tinha feito sexo com três homens diferentes no mesmo dia. Lembro-me de pensar no comum destas situações e que elas acontecem com muito mais frequência do que julgamos.

desejos matinais #61


quero-te neste meu apetite mais voraz e carnal.. os beijos doces e quentes dou-te-os depois.. agora quero-te apenas como objecto do meu prazer mais lascivo.. ordeno-te.. ordeno-te que me chupes.. que me montes.. que te deites.. que te contraias.. ordeno-te que venhas para mim.. de mim.. uso e abuso de ti.. e tu aceitas-me no teu corpo tal membro essencial ao teu desejo de sentir.. à tua fome de prazer.. chamo-te nomes.. chamo-te puta.. grito enquanto me fodes.. liberto-me em movimentos frenéticos enquanto te fodo.. fodo-te com força.. sempre mais força.. possuo-te profundo.. sempre mais e mais fundo.. "vem-te".. ordeno-te de novo.. "vem-te para mim"..

O "foder-te a cabeça"

Tenho um especial gozo em te provocar. Gosto de perceber os teus limites, até onde aguentas, tentar adivinhar quando vais ceder. Gosto de ir chegando e muito lentamente ir ocupando um espaço, dentro da tua cabeça. Um pouco ao estilo de "Inception". Ir "plantando" a ideia e aos poucos ir "invadindo" e arranjar um espaço, lá dentro, só para mim. Até finalmente não pensares em mais nada e não desejares mais ninguém. Dá-me um gozo descomunal o conseguir. Preencher na íntegra o teu pensamento. Por vezes, logo de manhã, envio-te um email. Escolho criteriosamente as palavras. aquelas que sei que te "iluminam", aquelas que fazem acender o teu cérebro como uma slot machine. Sorrio a pensar na tua reação. Ao fim de alguns emails trocados, sei que te deixo cheio de vontade de mim, cheio de vontade de te masturbares, de te tocares a toda a hora. Sei que te desconcentro. Agrada-me, assim. Diverte-me que isso aconteça. E no meio deste processo todo excito-me, também, e acabo sempre por fantasiar contigo. Hoje apetece-me novamente, queres?


Empurra a tua espada
no meu ventre
enterra-a devagar até ao cimo

Que eu sinta de ti
a queimadura
e a tua mordedura nos meus rins

Deixa depois que a tua boca
desça
e me contorne as pernas de doçura

Ò meu amor a tua língua
prende
aquilo que desprende da loucura

Maria Teresa Horta in As Palavras do Corpo

(Ela) could have said it #26


my snapshots #76


O sujeito e o objeto

The one night stand
Man fucks woman
Subject: Man. Verb: Fucks. Object: Woman.
That's ok.
Woman fucks man.
Woman: Subject. Man: Object.
That's not so confortable for you, is it?


Tenho aproveitado o meu tempo para colocar as séries em dia. Acabei de ver The Fall, uma série que passou recentemente na BBC 2. Selecionei este pequeno excerto. Stella Gibson, a personagem principal, é uma mulher decidida, com uma personalidade fortíssima e vincada. Stella tem one night stand com um colega. Foi ela que o escolheu e foi ela que o fodeu. Foi ela que decidiu tudo, mesmo antes do próprio o saber (muito comum na cabeça de uma mulher). Aqui ela é a predadora. Nestas situações, pode-se colocar sempre a questão de quem "usa" quem ou mesmo se o outro quer ou gosta de ser "o usado".  Independentemente de quem foi ou é o sujeito e o objeto, acho sempre que o objetivo principal é alcançado e o que realmente interessa aqui é o fim - a foda! A forma como chegamos até ela, parece-me deveras irrelevante. O que interessa é que aconteça.

(escolho sítios longe de tudo nas férias e depois "ressaco" sem net)
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Florbela Espanca in "Charneca em Flor"

LANCELOTE


Sentei-me numa cadeira perto do Mar
De gravata comecei uma bravata
Olhos de pálido mel
Minha alma sabendo a fel

Parei a vida
Parei o tempo, malditos tambores
Parei o coração e morri baixinho
Amaldiçoei esta terra dos amores

Desbotei esta máscara de palhaço
Arranquei à unha as linhas de meio sorriso
És tão estupido poeta
És um falhado, uma perversa peta

Bem, isto começou mal
Vamos lá recompor a pena
Pintemos as mais belas metáforas
Este é o tempo das negras amoras

Negro coração, este meu calhau sem cor
Já me chamaram génio, bom rapaz, mau actor
Já me chamaram rei da dor
E há quem contenha na boca a palavra estupor

Larará..la…lará
Eu bem tento domar esta louca caneta
Mas hoje fugiu-me a força, a razão
Ardeu-me a alma, fugiu-me o chão

Esta porta cerrada
Esta ave do mar profundo
Este homem que sente às vezes
Não pertencer a este mundo

Muito bem, não liguem, não leiam este poema
Foi traição da caneta, nem consegui dar o mote
Hoje a sombra engoliu toda a luz
Vi a minha sombra, qual triste…Lancelote…
Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho
Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio
Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo
Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento
Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas
Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas.

Maria Teresa Horta
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.

Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidade eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora. (...)

Álvaro de Campos in "Poemas" 

 

Foreign Affairs (8)

"Carnívora" 

by Malena

In the mood for summer

Preciso de sol, de mar, de rir, de descansar, de ler, de perder a noção das horas e a noção dos dias, de esplanadas, de dormir, de comer coisas boas às horas mais estranhas, de visitar cidades que não conheço, de esplanadas, de noitadas à conversa, de copos de maduro tinto e já agora de branco também, de contar as estrelas no céu, de andar de bicicleta, de me perder em ruas, de ler mapas e traçar percursos, de ver gente diferente, de aprender coisas novas e de ter muitas saudades para voltar.

Vou de férias, entre uma viagem e outra passo por casa e ainda venho aqui ao Vício. Até já!

Loja Dos Sentidos #02


O Mapa para o seu ponto G agora disponivel na Loja dos Sentidos..
http://www.lojadossentidos.com/index.php?route=product/product&path=20_93&product_id=642

The D(E)vil is in the smallest details #30

(Bite)

Causa e Efeito

Acordo, abro os olhos. Gosto do que vejo. Finalmente tenho-te na minha cama. Dormes ainda, de barriga para cima. Destapo-te e puxo-te os lençóis devagar, para não acordares. Exponho-te e fico a observar-te. Delicio-me com o que vejo! Abres-me o apetite! Aproximo-me de ti, lentamente, beijo-te ao de leve os lábios, cheiro-te a pele, toco-te no peito. Desço os beijos, pescoço, ombros, peito, barriga. Sinto-te a acordar. Sinto-me a despertar, por dentro. Quente. As minhas mãos não param de explorar o teu corpo. Agarras-me e puxas-me para ti. Deito o meu corpo nu sobre o teu. Quero que me toques. Mas antes quero tocar-te eu! Pegas-me na mão e fazes-me agarrar-te o sexo. Toco-o. Sinto-o. Levo a mão à boca, molho-a de saliva, volto a tocar-te. Endureces. Deslizas a tua mão e tocas-me no clitóris. Primeiro levemente e depois lentamente vais acelerando. Encontras a pressão certa, o ritmo intenso e desejado. Penetras-me com um dedo mas logo depois juntas um outro. Ficamos assim, a cruzar mãos e toques, numa mistura de respirações aceleradas e gemidos.

Nem mais ... # 7

"I have a mouth and I`m not afraid to use it"
Megan Fox

my bondage snapshots #55


Laço Vermelho


Começo a conduzir e dou-te uma caixa para a mão embrulhada num papel preto e um laço vermelho.. Digo-te que a abras.. Tu muito devagar desembrulhas com cuidado para não estragares o papel nem o laço.. A tua expressão muda e sorris ao ver uma requintada embalagem com um dildo. Com as mãos no volante, olho para ti e ordeno-te que retires o dildo da embalagem e que o uses nesse momento.. "Abre bem as pernas para eu te ver e fode-te com ele".. Ordeno-te enquanto olho bem fundo nos teus olhos.. Tu sorris e abres a embalagem retirando o díodo para fora.. Levas-o à boca e envolves os lábios a sua volta e começas a chupa-lo bem devagar.. A imagem do rasto de saliva que os teus lábios carnudos deixam à medida que o enfias e retiras da boca deixa-me louco de tesão.. Luto contra a vontade de te tocar e tento manter a atenção para continuar a conduzir.. Sorrio e digo-te.. "Fode-te.. Quero ver, ouvir e sentir a intensidade do orgasmo que vais ter.."

A Audrey!

"I know I have more sex appeal on the tip of my nose than many women in their entire bodies"     Audrey Hepburn

Recentemente esbarrei, literalmente, na Vanity Fair. Na capa estava a Audrey Hepburn e foi o suficiente para me decidir a comprar. Um dos seus filhos publicou recentemente um livro sobre a actriz e sobre os anos em que esta viveu em Roma. O livro contém inúmeras fotografias, algumas nunca editadas, que mostram uma Audrey totalmente imiscuída com Roma, passeando com os cães ou simplesmente às compras. Ao longo dos tempos Audrey Hepburn tem-se mantido como um símbolo eterno de bom gosto e sofisticação. Audrey encarna na perfeição a mulher segura mas ao mesmo tempo prática e simples, elegante e ao mesmo tempo deliciosa. Audrey consegue ser diferente das outras divas do seu tempo, conseguiu-se impor numa altura em que reinavam as loiras com corpos curvilíneos como a Marilyn Monroe. Não deixa de ser irónico que a Holly do Breakfast at Tiffany`s tinha sido inicialmente pensada, por Capote, para Marilyn. Com "uma boca que engolia o rosto", um sorriso rasgado, umas pernas compridas, uma cintura muito fina e um pescoço alto esguio Audrey transformou-se num verdadeiro ícone de moda e estilo. A sua elegância é atemporal, ela consegue-a usando umas simples sabrinas. Audrey personifica tudo que uma mulher pode ambicionar, elegância, postura e atitude. Ao longo da sua vida, Givenchy foi o seu etilista de eleição e os vestidos pretos adquiriram graças a ela uma outra grandeza.

Durante o fim de semana decidi rever Breakfast at Tiffany`s, confesso que pouco ou nada me lembrava do filme. Audrey consegue "encher" o ecrã tornado o filme absolutamente mágico. Esquecemos com facilidade o tema do filme e apenas nos centramos nela, absolutamente única.


"Moon River, wider than a mile
I`m crossing you in style some day.
oh, dream maker, you heart breaker
wherever you`re going I`m going your away."


(Ela) tem Caprichos Matinais XCIX

Hoje sinto o corpo carente, só, demasiado só. Sinto-o a exclamar em uivos em surdina, em frases desarticuladas bafejadas ao ouvido, em gritos incessantes a pedir para ser tocado, profanado, abusado, idolatrado. Hoje sinto a força da vontade a esmagar-me contra a parede, o corpo inflamado pelo desejo de ser consumido, apertado, subjugado, comandado, usufruído e multiplicado ao expoente da loucura, ao máximo da exaustão, ao arder pujante do prazer pelo prazer. Hoje sinto o corpo solitário, a rogar palpitante me sejam lambidas as feridas, me sejam preenchidas todas as lacunas, não deixando suco por provar nem centímetro de pele por explorar. Hoje sinto a mente transmutada e imbuída em insanidade, incapaz de se controlar, incapaz de se concentrar em nada que não seja o saciar do querer, o ímpeto do prazer e do orgasmo explosivamente delirante. Hoje não quero piedade, não quero misericórdia. Hoje não quero saber de nada.

Hoje estou por tudo ....

A conversa permanece animada, dois copos de vinho, o mar e o sol. Faz calor. Até aqui tudo perfeito. Cruzo as pernas à tua frente e olho-te. Sorrio. Sei exatamente o que pensaste quando o fiz. Puxo mais o vestido, como provocação. Beijo-te de forma excitada. Mordo-te o queixo. Cheiro-te. Apeteces-me. Agarro-te a nuca com força. Deslizo a língua pelo teu pescoço. Trinco-te, suavemente. Sabes a sal. Vontade de passar as mãos pelo teu peito. Sinto a aumentar o desejo de deslizar as mãos pelas tuas pernas. Quero apertar-te. Apetece-me arrancar-te suspiros e gemidos. Quero-te sentir a ficar duro nas minhas mãos, notar que te excito. Quero desapertar-te as calças, procurar-te debaixo dos boxers e tocar-te. Apetece-me os ter na minha mão, massajá-los. Sentir que são meus. Vontade de abrir as pernas e gemer enquanto me lambes. Quero que me vires de costas e me passes a língua por cada centímetro de pele . Perco-me no meio de tanto pensamento. Acabo o vinho e digo-te, "Vamos para casa, apeteces-me. Muito! Eu hoje estou por tudo".

Música #9

..... fire my imagination .....

Na minha opinião a versão mais sensual do Satisfaction dos Rolling Stones, por duas grandes, P J Harvey e Björk!

Points of View #10


"O que é a coquetterie? Pode talvez dizer-se que é um comportamento que deve sugerir que a aproximação sexual é possível, sem que essa eventualidade possa ser tida como certa. Ou, por outras palavras, a coquetterie é uma promessa de coito, mas uma promessa sem garantias.
Tereza encontra-se de pé atrás do balcão do bar e os clientes a quem serve bebidas passam o tempo a meter-se com ela. Ser-lhe-á desagradável essa onda contínua de cumprimentos, de subentendidos, de anedotas pesadas, de convites, de sorrisos e olhares? De forma nenhuma. Sente um desejo incontrolável de oferecer o corpo (aquele corpo estranho que gostaria de expulsar para longe), de oferecê-lo a essa ressaca.
Tomas não se cansa de insistir que, entre o amor e o acto de amor, há todo um universo. Tereza recusava-se a admiti-lo. Agora, está permanentemente rodeada de homens que não lhe inspiram a mínima simpatia. O que sentiria se fosse para a cama com um deles? Tem vontade de experimentar, pelo menos sob essa forma de promessa sem compromisso que é a coquetterie.
Mas, não nos enganemos! Não procura vingar-se de Tomas. Só procura uma saída para o labirinto onde se encontra perdida. Sabe que lhe é pesada: leva as coisas demasiado a sério, leva tudo para o trágico, não consegue compreender a leveza e a alegre futilidade do amor físico. Gostava tanto de aprender a leveza! Gostava tanto que lhe ensinassem a deixar de ser anacrónica.
Se, para outras mulheres, a coquetterie é uma segunda natureza, uma rotina insignificante, para Tereza, daqui em diante ela será o campo de uma importante investigação que deverá fazer-lhe descobrir aquilo de que é capaz. Mas por ser assim tão importante, assim tão grave, a sua coquetterie perdeu toda a leveza, é forçada, expressamente convocada, excessiva. Rompeu-se o equilíbrio entre a promessa e a falta de garantias (no qual reside precisamente o autêntico virtuosismo da coquetterie!). Promete, mas sem a clareza suficiente, para fazer ver que a sua promessa não a compromete a nada. Ou, dito de outra maneira, todos julgam que é uma mulher extraordinariamente fácil. E depois, quando os homens reclamam o pagamento daquilo que pensam que lhes foi prometido, deparam com uma resistência inesperada que só pode encontrar explicação na refinada crueldade de Tereza."

Milan Kundera in "A Insustentável Leveza do Ser."

(Ela) could have said it #25


From (Ela) with Love #3

Colhe-me do jardim, o beijo mais perfeito
Um bem-me-quer para eu colocar ao peito
Embaraça-me de vergonha, sem qualquer respeito
Um desassossego, já suspeito.

Trinca-me os lábios, ao teu trejeito
Suga-me a vida e o ar rarefeito
Prende-me a língua em teu proveito
Uma doce aflição, a preceito.

Inclina-me o rosto, eu não rejeito
Move-me o corpo, ao teu jeito
Deita-me sobre ti, no teu leito
Uma perdição a que me sujeito.

Beija-me toda, toda a eito
Lambe-me a torto e a direito
Solta-me o suco liquefeito
Pára só, em satisfeito.



Thinking out of the box #2

"I got the pussy. I make the rules"
(via sealwithaheart)
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