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(Ela) could have said it #21


my snapshots #67


Points of View #6

"No ano de meus noventa anos quis-me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo, dizia com sorriso maligno, você vai ver."

Gabriel García Márquez in Memórias de Minhas Putas Tristes.

Hoje apetece-me #21


hoje apetece-me sentir a explosão sobrenatural do teu orgasmo.. apetece-me cuidadosamente observar cada detalhe o teu divinal corpo possuído pela luxuria ardente que te transforma a respiração.. apetece-me o jeito único com que o teu corpo se move frenético atrás do clímax total que te transfigura.. apetece-me o som ensurdecedor dos teus gemidos altivos que imponentes ecoam nos corredores da minha imaginação.. apetece-me o ofegar doentio dos teus batimentos cardíacos que variam a cada bombada de sangue espesso que corre pelas tuas veias repletas de tesão.. apetecem-me as contrações vaginais prementes que me esganam quase dolorosamente num prenuncio de deleite infernal.. apetece-me o rasto dos teus longos cabelos loiros perdidos no ar tal chicote solto após o espasmo que te inunda.. apetece-me que te venhas assim.. e a ti apetece-te?

Full Throttle #19

Há tesões impossíveis de contornar. Assaltam-nos num ímpeto, roubando a certeza do socialmente responsável, da postura correcta com que fomos habituados a pensar e a agir, o conforme às leis impostas. Há urgências impensáveis, o aqui e agora, o tem de ser senão rebento, o quero-te sem refreios, o anda sem receios. Há quereres inegáveis, de brutalidade consentida, de esticão, de violência tempestuosa. Há o tira isso que estorva, o anda cá que é já aqui, o não quero saber quem se aperceba, o prazer imediato e inesperado. Somos animais de instinto, libertinos, egoístas seres sexuais, monstros apaixonados pela vida e pelo prazer. Sucumbimos ao desejo mais depressa que a um princípio, cedemos a uma vontade com mais desprendimento do que mudamos de opinião. E amiúde, rasgamos as meias, desembaraçamo-nos da saia, desapertamos o cinto, baixamos as calças, desatamos a gravata e deixamo-nos ir. Porque o desejo contido é carne, é loucura, é prazer pelo prazer.

Bancada..


No negro gelado crio um contraste térmico e colorido ao acentar o teu corpo nú sobre a pedra da bancada da cozinha.. Deslizo as minhas mãos pelo teu corpo e preciono o meu sexo latejante que desliza perfeitamente para dentro do teu já encharcado numa mistura de saliva e sucos espessos que já fluem livremente do teu âmago lascivo.. De mãos firmemente cravadas na pele quente das tuas nádegas firmes puxo-te para mim no sublime desejo de saborear o encaixe pleno que o teu ventre porporciona ao possuir-te.. Acentas os teus pés nos meus gémeos e de braços caídos para trás do tronco repousas o corpo pressionando a pedra e deixando-te envolver pelos movimentos que as nossas ancas descrevem em uníssono.. Cravo novamente as minhas mãos em ti controlando por absoluto a sofreguidão com que nos alimentamos um do outro enquanto o ar se enche com o som ensurdecedor dos nossos gemidos e das palavras errantes que lançamos perdidas    num continuo desafio literário.. Possuído por ti grito uma vez mais enquanto me liberto dentro da tua caixa de Pandora que me devora.. Postrado.. Postrados.. Repousamos assim no colo um do outro.. Eternamente..

True Colours #27

O rubor aromatizado da cor do rubi, brilhante, fresco e doce, impregnava-lhe as faces. Corou com a desfaçatez de uma menina envergonhada mas plenamente ciente do que se preparava para fazer. O rosto denunciava a experiência de uma vida, algumas rugas vincavam-lhe já o sorriso e a tez já fora mais resplandecente. Contudo, a expressão era permeada pela travessura, pela maldade inocente de quem tem prazer em brincar, de quem manipula, de quem manieta, de quem subjuga à sua vontade. Regozijava porque sabia que tinha o poder nas suas mãos, na sua língua. O poder de controlar a libido, de dar prazer tão depressa como o retirar. Sabia-se mestra mas gostava de se mostrar aprendiz, tecendo em seu redor uma teia apertada de conquistas, de submissões, de domínio. Era assim, lambendo e chupando que se achava no auge das suas capacidades, que se mantinha no controlo. Pegava no fruto mole, raquítico e inútil e devolvia-lhe a vida em suaves deslizares da língua sabiamente ensinada a tocar nos locais certos, a lamber a textura rugosa para a transformar num vigoroso objecto de prazer. Brincava, torneava, engolia os sucos que escorriam em ténues fios de frescura, em agridoces sucedâneos saciantes da sede que sempre tinha e lhe secavam a garganta na expectativa. Manobrava descompassadamente, impunha ritmos alternados e, de vez em quando, sucumbia à gula e trincava ao de leve como que querendo provar sem magoar a fruta, sem desfazer o encanto, sem deixar fugir a inocência que se enleava na água que lhe crescia na boca. Retirava prazer de engolir sem deglutir, de prolongar sem estragar, de gemer sem ceder, de almejar aos degustares que se seguiriam. Essa sim, era a cereja no topo do bolo.

AS CORES DA FÉ


Construí uma história sem guião
Sou herói de uma comédia triste
Cavaleiro andante, moinhos de vento
Escudo e espada de lata em riste

Não!
Sou apenas mais uma alma da ilha
Um caminheiro do dia da procissão
Uma fonte, uma lágrima, a emoção

Serei amanhã, porque hoje…
Sigo os passos que me levam ao céu
Sou, sinto tão enorme esta força em meu peito
Sou tão insignificantemente grande, nuvem, véu

A palavra já gasta
A raiva morta no vale do esquecimento
A derradeira atitude ensaiada mil vezes
Uma réstia de sol, a ternura a colorir o momento

O pensamento!
Maldito sejas morador desta tonta cabeça
Cultivador de mágoas que me consomem
Fato de vento e fogo que espartilha este homem

O rasgo da subida de foguete
Um estrondo para acordar os anjos
Reis e rainhas por um dia
A ilha está em festa, adormeceu a nostalgia

Viva o “Espirito Santo”!
Uma pomba branca que não quis voar
Uma rabeca a gemer notas difusas
Um cantador eterno orgulhoso do cantar

Um Igreja coroada pelo amor
Uma criança no papel de homem grande
Um padre levando tudo à letra
Um altar dourado, uma Mesa de cor preta

Chuva e sol
Tapetes de flores afagando o pé
E a minha alma prenha de uma esquecida alegria
Inundada com…As cores da fé…

Raconte-Moi Une Histoire


A chuva ácida do aglomerado urbano extremamente populado que se ouvia lá fora, pouco lhes importava. A não ser porque fora debaixo dela que se haviam cruzado e decidido juntos abrigar-se dela no quarto barato e deveras imundo do primeiro hotel que encontraram. A decoração, perfeitamente hedionda, deixava ver resquícios de histórias ali passadas. Manchas suspeitas no sofá de canto, pequenos rasgos no revestimento, o papel de parede remendado vezes e vezes sem conta por diferentes desenhos descontinuados, as tonalidades bege amareladas dos cortinados da janela que dava para uma triste parede de betão, o cheiro bafiento do ar saturado e a sombra avermelhada do candeeiro asiático apelando às raízes e orgulhos nacionais. Fecharam a porta atrás de si, encharcados em água que lhes conferia um peso extra nos corpos frios, arrepiados e puramente fartos das monções. Ela, algo tímida, refugiou-se no canto mais escuro do compartimento como que fugindo do seu olhar perscrutador, e retirou peça a peça cada pedaço de tecido que lhe ornamentava o corpo. A simplicidade das suas vestes contrastavam em tudo com o seu cavalheiresco fato, de colete e gravata, que lhe assentava na perfeição e denotava sem margem para dúvidas que havia sido impecavelmente talhado para si. A frieza do seu olhar emprestava ao seu semblante um gélido distanciamento. No entanto, conseguia derreter-lhe a vontade com um simples esgar, com um simples vislumbrar na sua direcção. Havia qualquer coisa no fundo dos seus olhos que a congelavam no tempo, que a fazia esperar pelo seu toque, que a fazia despojar-se da clarividência e entregar-se sem porquês, que a fazia ficar inteiramente à sua mercê. Chamou-a para si e guiou-a suavemente como se comandasse os fios de uma marioneta, ordenando-lhe que se deitasse no sofá. Posicionou-a como lhe aprouve e respirou perto da sua pele como que inspirando o seu cheiro para a sentir sua. Não sabia o que a fazia desprender-se assim, não sabia que efeito exercia sobre ela mas sabia que tinha o poder de fazer dela tudo o que os seus caprichosos trejeitos quisessem. Talvez fosse a forma como idolatrava o seu corpo, a forma como o percorria curioso, testando todas as suas reacções, inspeccionando a melhor forma de lhe coarctar a razão para se entregar a si, de corpo e alma. Talvez fosse o mistério e o silêncio, o silêncio da sua boca que ainda não havia proferido uma só palavra e apenas se havia atrevido a beijar-lhe os lábios semiabertos e ávidos de curiosidade. Talvez fosse o domínio que as suas mãos exerciam sobre o seu corpo. Contorcia-se com um beliscar aqui, estremecia com um deslizar ali, suspirava quando parava, gemia quando recomeçava. Os dedos, manifestamente ardilosos, sabiam de cor as suas zonas erógenas e valendo-se disso, fê-la desesperar, colapsar de vontade de o sentir entregue à paixão do seu corpo, introduzindo-se nela e penetrando-a o mais fundo que conseguisse, o mais longe que alguém pudesse ter-se aventurado nela. Mas ele parecia não estar disposto a abandonar o seu ensejo, continuava hipnotizado, ofertando-lhe a sua admiração, regozijando ao vê-la perdida com o toque dos dedos no seu clitóris vibrante, gozando os sucos premonitórios que dela brotavam, inspirando o aroma cálido e inebriante que dela emanava e se espraiava no seu olfacto turvando-lhe a visão, empurrando-lhe o toque e conspurcando-lhe o paladar. Levantou-se de um impulso só, deixando-a prostrada e ingenuamente crente de que chegara a hora de o sentir em si. Enganou-se. Vestiu o casaco, ajeitou-se ao espelho e quebrando o silêncio, disse na voz mais rouca e cavernosa que alguma vez ouvira: "Deixa o desejo consumir-te e comer-te as entranhas. Saberás quando me encontrar."

my snapshots #66


desejos matinais #56


quero o teu sexo.. quero o teu sabor..
quero o teu sexo quente na minha boca húmida colado aos meus lábios carnudos..
quero-o plenamente selado a mim enquanto a minha língua solta te explora incessantemente..
quero os teus líquidos espessos a fluírem livremente para mim enquanto te lambo bem devagar na frenética vontade de te sentir com todos os meus sentidos..
hummm.. como adoro o sabor dos teus sumos.. como vibro ao observar o teu sexo pintado de branco pelo teu libido acentuado..
quero absover.. comer.. devorar todos os sinais de prazer que o teu corpo entrega nos momentos em que te possuo..
quero-te

my bondage snapshots #45


State of the Mind (69)

Atrasa as horas desse relógio e deixa-te ficar aqui. Aqui onde as horas são eternas, onde o saber do que se passa lá fora não importa, onde o que temos chega. Atrasa as horas desse relógio e deixa-te ficar aqui. Aqui onde me posso passear pelo teu corpo, usá-lo até à exaustão, até ficarmos secos e vazios, de sucos e de forças, de silêncios necessários, de palavras arrebatadas. Atrasa as horas desse relógio e foge comigo, daqui para o sempre, para o local onde o corpo é o alimento e o prazer o móbil que nos impulsiona a querer permanecer fundidos no abraço de ti em mim, de mim em ti. Atrasa as horas desse relógio e deixa-me perder no teu beijo para só me encontrar no teu orgasmo. Aproveita e fode-me, só um bocadinho, não, muito, já que estou a pedir, peço muito, peço tudo.

The D(E)vil is in the smallest details #27

(Drops)

Os teus sucos


Os teus sucos.. Os teus deliciosos e espessos sucos.. Esses que me inebriam com o seu odor doce e intenso.. Eles que me viciam com o seu sabor salgado e singular..
Os teus sucos quentes.. De textura delicada e brancura angelical.. E de anjo tudo e quase nada tens.. Tal pura puta sedenta e lasciva..
Os teus sucos vulcânicos.. Esses que brotam de ti livremente.. Que do teu sexo quente descrevem fluindo a força do nosso prazer..
Os teus sucos demoníacos.. Que saboreio enquanto sinto o som que nos envolve.. Frenético e alucinante num encaixe de perfeito deleite..
Os teus sucos magnéticos.. Os que procuro quando te beijo sôfrego.. Os que encontro ao enterrar em ti a minha língua e colar em ti os meus lábios..

(E)m estado líquido #40

Dava-lhe tudo o que tinha em si, o melhor e o pior, fundido num orgasmo só, num momento perene de explícito prazer. Reunia as suas forças, armazenava-as, guardava-as religiosamente para ela. Mantinha-se embriagado da vontade mas fechava as comportas para depois lhe oferecer uma descarga capaz de a afogar de prazer. Guardava-se para nela se depositar, para nela se espraiar, cuspindo o excesso que a dor do desejo lhe causava. Despedia-se das torrentes tempestuosas do seu íntimo sem cuidar onde iria parar, sem cuidar onde a iria atingir. Para ela não importava. Na verdade, atingia-a sempre no local mais inóspito do seu corpo, o coração.

my snapshots #65


Hoje apetece-me #20



Apetece-me satisfazer-te esse desejo.. Seguir-te pela rua.. Esperar que passemos um recanto qualquer
e encostar-te contra a parede fria, puxar o teu vestido para cima deixando o teu rabo nu encostado contra a textura aspera da parede, percorrer-te primeiro com as minhas mãos, e observar as curvas do teu corpo contorcido de prazer disposto a minha frente,  depois com a minha boca percorrer e trincar as tuas curvas bem assentuadas, fazendo sentir nas minhas mãos o teu peito, o toque da tua pele quente misturada com a textura da lingerie que trazes vestida e tão bem te acenta, antes de entrar bem fundo dentro de ti.. Apeteces-me simplesmente.. Tu pela tua simples e complexa energia.. Pelo teu olhar que me dá bastante prazer quando o sinto.. Pelo teu toque que me invade quando me invade.. Pelo teu som que me desarma quando me aconchega.. Apetece-me satisfazer-te.. Hoje.. Hoje mais do que nunca apeteces-me assim.. Num gesto simples e intenso.. De uma forma crua, brutal e sincera.. Num movimento meigo e honesto.. Hoje apeteces-me tal puta que és quando te deitas a meu lado e tal princesa te sentes quando te dou tudo o que tenho e o faço apenas para te ver sorrir.. Hoje apeteces-me assim... e a ti apetece-te????

my bondage snapshots #44


Cravado..


Cravas as tuas unhas na minha pele..
Crava-las e deixas as marcas da luxúria que nos devora..
Apoderas-te de mim e eu entrego-me livremente..
Sinto-te a contrair enquanto eu erecto dentro de ti latejo livremente..
Sinto o ardor do rasto do prazer que cravas na minha pele
Tomas a minha pele como tela em branco onde descreves traços intensos e prementes
Cravas em mim o desespero do teu desejo
Crava-lo e transformas-me em parte de ti

Branded

Se me perguntarem do que mais gosto, respondo que gosto de me perder na tua forma, de te procurar com a boca e de me deliciar com cada pulsar do sangue irrigado, com cada veia saliente de prazer, com cada gota do teu sabor que soltas enaltecido pela língua que te percorre os centímetros. Se me perguntarem do que mais gosto, respondo que gosto de te sentir gemer à medida que te enrosco e te lambo e te humedeço na ânsia de me vires preencher, na ânsia de te manobrar à minha feição e fazer-te sentir como me sinto, eufórica de ti. Se me perguntarem do que mais gosto, respondo que gosto de te tratar, de te tratar bem, de te saciar a fome e a vontade, de te elevar a forma à beira da explosão, à beira do desespero, à beira do sucumbir. Se me perguntarem do que gosto, respondo que gosto de te sentir assim, firme e grande, rijo e molhado, pronto a receber a minha boca, pronto a inundar-me de ti. Se me perguntarem do que mais gosto, eu respondo que gosto da tua tesão. Eu respondo que gosto de ti.

my snapshots #64


INSONDÁVEL


E as barreiras ruíram
Tenho no peito uma ilha escondida
E o amor de tão falso morreu à nascença
Tenho na alma uma fé incontida

A lonjura entre o coração e a maldição
Esta sensação de ser e não ser, um ser de papel pardo
Perdi-me na distância do crer e não crer
Senti-me sempre mais odiado que amado

Fui negro e branco, pena, penas, orvalho fresco
Fui Setembro, Sol, planta de sorriso azul
Fui caminhante, caminheiro da solidão
Fui ave de arribação para sul

O primeiro nome de uma mulher devia ser verdade
O primeiro amor de um homem não devia acabar mais
A primeira manhã de uma vida devia ser eterna
A minha primeira oração foi real e plena

Derramei sangue entre palavras
Magoei quem devia ser adorado
Rasguei grosseiramente um compromisso
Sou máscara de escárnio de um mal-amado

Sei lá quem sou!
Um forasteiro sem rumo ou poiso
Enquanto a memória escurece nos meus olhos
Perdi a melodia de uma voz, já não falo, não oiço

No êxodo deste instante renego a lembrança
Entre mim e as pessoas há um clamor de raiva e bondade
Até as estátuas sorriam zombeteiras
Deste louco sem destino ou idade

Neste inexplicável deserto de incertezas
Às vezes passo e colho um sorriso amável
Às vezes esta minha cabeça tonta
É universo sem estrelas…Insondável…

Foreign Affairs (4)


"E Ela despiu-se do sangue que a marcou..."

by Lust Eva

my bondage snapshots #43


desejos nocturnos #11


No escuro de um banco de jardim puxo-te para que te encaixes na minha cintura
De um só movimento o teu sexo ardente engole o meu erecto
Sobre o som do vento que divaga entre as folhas soltamos gemidos que compõem a melodia da nossa luxuria
Livre soltas movimentos de anca que te levam a arquear o corpo enquanto eu te sinto cada vez mais dentro de mim
Enterro os meus dedos na tua pele no desejo de te desvendar os segredos mais pecaminosos
Nada existe à nossa volta a não ser o cheiro inebriante dos nossos corpos e o som dos nossos sexos encharcados que  sôfregos se devoram numa eterna perfeita sintonia

(Ela) could have said it #20


Just do (me) #10

Assim que lhe sentiu o aroma, implorou que uma cama as albergasse o mais rápido possível. Como se disso dependesse a sobrevivência do seu corpo, como se disso dependesse a continuação da vida. De todas as circunstâncias no mundo que se podiam ter combinado, a forma como agora se queriam assemelhava-se a um vulcão adormecido que ameaçava entrar em erupção. Fumegavam ideias, respingavam vontades, aqueciam-se corpos. Sentiu-lhe a vontade nos lábios que trincava nervosa e a pressa nos gestos inseguros enquanto se deliciavam trocando olhares imbuídos de uma história, de um desenrolar de promessas e quereres. Analisavam-se milimetricamente como que tentando adivinhar o que se escondia por debaixo da roupa, como que antecipando os locais onde os lábios iriam pousar, onde as mãos iriam tocar, onde a língua se iria deleitar. Sabiam querer tanto quanto eram queridas e isso dava-lhes uma sensação de legitimidade, de autoridade para se entregarem ao flirt, ao provocar do desejo, ao antecipar de um momento que viam agora como um direito e que chamavam a si torneadas pela luxúria. Deixaram para trás o mundo, fecharam-se para ele. Pegou-lhe na mão, garantindo-lhe a segurança que os seus olhos precisavam. Beijou-a ao de leve, nos lábios trémulos, sorriu-lhe despreocupada e procurou o corpo que imaginava, que desejava. Despiu-a cuidadosamente, saboreando cada desnudar, cada desembrulhar da pele que ansiava tocar. Observou-lhe, agora de perto, o peito despido, os mamilos erectos a pedirem para ser tocados, beijados, trincados. Enraiveceu-se-lhe o corpo, desejando tocá-la e abarcá-la. Sentiu-lhe a reciprocidade no olhar, no arrepio da pele que estremecia com o sussurro da sua respiração. Avançou.
   

my snapshots #63


desejos matinais #55


Encosto-me a ti pressionando o meu sexo erecto contra o teu já e tão rosado
Aprisiono-te com os meus braços abertos contra a parede fria que te acolhe
Percorro a pele nua do teu pescoço com beijos longos e os meus dentes que se cravam na tua carne tenra
Devoro-te numa interminável procura do teu prazer
Sinto-o chegar ofegante e seguro-o firmemente na certeza de o aumentar
Sorvo-te a alma desnuda e ardente e do teu fogo que me invade alimento a minha chama
Possuo as tuas entranhas deslizando pelos líquidos espessos que libertas enquanto me prendes em contracções frenéticas 
Foco-me no sabor do encaixe perfeito que o teu ventre lascivo proporciona ao meu falo latejante 

(E)m estado líquido #39

Anoitecia nas suas pálpebras que, pesadas e ligeiramente entreabertas, procuravam a serenidade do sono. As janelas por onde observava o mundo queriam à força fechar-se, colocando o corpo em ponto morto, numa passividade pacífica. O aconchego dos lençóis que lhe cobriam o corpo parecia enroscar-se nela, entorpecendo-lhe os membros e empurrando-a sorrateiramente para o marasmo da noite. Só que, e com isto é que ela não contava, havia no seu íntimo um crescente querer. Um desejo contido, forçado a manter-se quieto mas que ansiava por emergir. Um sussurro latejante e repetitivo, uma voz que lhe desassossegava a calma, um eco de luxúria que lhe dizia sem cessar: "Toca-te. Sabes que queres. Toca-te. Sabes que queres."
Rogou clemência ao corpo, implorou que só por uma noite pudesse não sucumbir às vontades inexplicáveis, ao saciar implacável que lhe era exigido, ao constante queimar do fogo que lhe toldava os sentidos e a faziam entrar em colisão consigo mesma. "Toca-te. Sabes que queres. Toca-te. Sabes que queres." O corpo teimou em não lhe dar tréguas, incitou-a a querer-se, a amar-se, a perscrutar-se. Decidiu vingar-se. Achou que dando tudo de si, que violentando a volúpia, havia de acalmar. Procurou os lábios, grandes, como que moldados ao tamanho do seu desejo e encontrou-os quentes. A ironia chegava a ser perfeita. Quanto mais se continha mais o seu corpo dava mostras do contrário. Afastou-os, como que abrindo um livro, e encontrou mais uma prova do seu esforço inglório. Molhada. Encontrava-se irremediavelmente molhada. Folheou dedo a dedo, página a página, recitou cada letra do alfabeto, sentindo o coração a querer saltar do peito enquanto soltava um "Ahhhh" que culminava num "Ohhhh" sem nunca esquecer um "Ai". Conhecia tão bem os caprichos do seu corpo, caprichos que inevitavelmente se acabavam por confundir com os seus, que a sequência de gestos e acontecimentos era imbuída da maior eficácia e perfeição. Inspirou o aroma que emanava dos seus poros, provou o seu sabor, gostava de o sentir mesmo sozinha, e num segundo de fugidio acariciar alcançou o prazer do sono. Atingiu o auge do cansaço, caminhou em direcção à noite, adormeceu. Contrariada. Mais uma vez o corpo havia vencido.

my bondage snapshots #42


Hoje apetece-me #19


Apetece-me enquanto passeio contigo pela rua.. Puxar-te para um vão de escadas de um prédio antigo e num canto onde a sombra intensa nos esconde, encostar-te contra a parede branca de cal, e percorrer o teu corpo por baixo da roupa, com um toque bem lento e intenso.. Apetece-me sentir o teu corpo perdido nas minhas mãos e na luz que atravessa a penumbra, iluminar partes do teus corpo e assim elegê-las a serem alvo da minha total lasciva atenção.. Apetece-me sentir-te livre e entregue e que o som dos teus gemidos ecoe contra a madeira velha dos degraus das escadas.. Apetece-me deixar-me levar pela imagem da silhueta das tuas costas arqueadas e das tuas pernas envoltas na minha cintura descrita em contra luz contra as paredes à nossa volta.. Apetece-me abrir por momentos os olhos e entregar-me ao abismo do teu olhar intenso de prazer enquanto vivo bem fundo dentro de ti.. Apetece-me o sabor da fragrância que os teus poros abertos libertam fluidamente.. Apeteces-me.. Apetece-me entregar-te a mim assim??

Heart Beat


Soltou uma lágrima. E com ela se esvaíram os restos negros, sujos e lamacentos que lhe conspurcaram o espírito ao ponto de o infectarem de podridão, de tonalidades cinzento escuro a preto. Deixou atrás de si um rasto irregular, escorrendo-lhe pelas faces do rosto, como que desenhando as curvas de um percurso sinuoso. Era evidente que algo lhe havia faltado, que lhe havia sido retirado um órgão vital, deixando o coração a bater sozinho para salvaguardar a vida de um corpo de onde o sorriso havia fugido. Soltou uma lágrima. Atreveu-se a deixá-la cair enquanto se deixava preencher, reerguendo-se, sugando de um beijo o aconchego de um abraço, inspirando do toque a certeza de um querer, absorvendo saliva e sémen como fontes soberanas de vida. Limpou timidamente uma gota que lhe pousava ainda no canto do olho, suspirou e voltou a sorrir. Afinal de contas, sentia-se inteira novamente. Os fragmentos haviam sido colados com o suor de uma entrega de que nunca mais desejava abdicar.

my snapshots #62


desejos matinais #54


De saia preta pelo joelho, camisa branca, casaco preto, meias de liga e um conjunto de 3 peças preto e parta, sapatos pretos tipo clássicos com salto de agulha em metal apresentas-te segura e sensual na minha presença.
Observo-te fazendo com que repares na forma como te devoro subtilmente com o olhar, sugando cada detalhe da roupa que usas com a classe que te é tão própria. Suspiro interiormente ao deixar-me levar pelas linhas curvas do teu corpo bem acentuadas e visíveis pela saia e casaco que te assentam na perfeição.
A camisa branca deixa transparecer a forma do teu tronco, o volume do teu peito que se insinua debaixo da cor da lingerie que discretamente contrasta com a textura suave do tecido exterior.
Delicio-me com a sensualidade que emanas segura de ti, poderosa em todos os teus sentidos.
Adoro-te assim, intensa, sensual, sedutora, senhora de ti.
Adoro-te assim tal qual és a minha puta.

Foreign Affairs (3)

"O amor nunca morre de morte natural" Anaïs Nin

by Vício de Ti

The D(E)vil is in the smallest details #26

(Nipple)

my bondage snapshots #41


desejos nocturnos #10


Subtilmente dispo-te de preconceitos pronto a possuir-te mentalmente. Acaricio e protejo os teus pensamentos, dando-lhes achas para que a tua fogueira imaginativa tenha com que se alimentar na sua própria criação fonte da chama que existe intensa em ti. Aconchego-te e observo-te dando-te à escolha varias direcções seguindo-te calmamente no caminho que decides experimentar seguir.

O CAIS DO SILÊNCIO


São de água meus pensamentos
Nas folhas das hortências por abrir oiço a ilha
São de incenso o odor da lembrança dos meus sonhos
Ardência das minhas palavras, ausente maravilha

Nunca regressei a uma saudade
Trago o amor amordaçado em gaiola aberta
Cego e solitário, sou peregrino descalço
Ausentou-se o nevoeiro, desfez-se o abraço

Fui aclamado, segui só sem andor
Não há tapete de flores para os caídos
Não há clemência para os esquecidos
Não há coroa de louro para os vencidos

Hoje sorri feliz co as primeiras amoras
Pedi aos santos uma ajuda que nem sei
Um cheiro de solidão cresce entre o negro basalto
Rezei baixinho de olhos fechados para o alto

Que ilha descubro em ti
Arquipélago de baleias e furiosos ventos
Murmurantes lágrimas caem em linho puro
Rasguei velas de moinhos, neste Maio maduro

Senti o corpo ceder à dor
Que importa o que sinto quando dizem minto
Que importa o que todos sentem
Se por todos o meu sentir sente que já não sinto

Se falassem as minhas mãos
Diriam que não são minhas, que são afago de um deus
Se mostrasse a minha alma ao vento
Ele diria que ela já nada sente

Estava eu aqui calado a ouvir o murmúrio dos dias
Nestes dias apetece-me correr pela terra
Tocar as nuvens, vencer um mar bravio
E sentar-me nas pedras deste…Cais de Silêncio…

my snapshots #61


Hoje apetece-me #18


‪hoje apetece-me combinar contigo um encontro num hotel... quero que vás à frente.. reserves o quarto e entres nele.. sem ligares as luzes.. deixas a porta entreaberta para eu entrar.. e quero que te dirijas ao canto mais escuro e fiques virada para a parede.. quero que te dispas deixando apenas a lingerie que trazes vestida e os sapatos de salto alto.. pegas na venda que trazes dentro da mal e colocas-a à frente dos olhos certificando-te que não consegues ver absolutamente nada.. quero que esperes por mim no escuro.. sentes a porta a abrir.. a emoção de estares no escuro e não saberes o que te vai acontecer.. e entro.. e todo o tempo que passo contigo e te uso como objecto do meu prazer.. não te permito que me vejas.. sirvo-me de ti.. uso e abuso abruptamente de ti.. lascivo do sabor do teu corpo.. transformo-te no veiculo que nos levará ao climax total.. apetece-te o escuro??

(Ela) could have said it #19


Points of View #5



Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moínha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.


Miguel Esteves Cardoso in "Último Volume"

my bondage snapshots #40


desejos matinais #53


Desejo os teus desejos. Sinto-os quando atingem a minha carne, quando se apoderam do meu ser. Desejo ser-te assim o quanto tu és para mim. Nem calma nem subtil, sem limites nem pudores. Desejo-te louca, livre, luxuria encarnada como tu és. Desejo-te quente, húmida, solta em forma liquida fluida. Desejo-te muito alem da vontade louca, dos impulsos intensos, da razão que nos abandona. Desejo-te no mais intimo dos meus sentimentos, no mais ousado dos meus atrevimentos. Desejo-te.










Fugazes segundos de imortal importância, saíram de si para se encontrarem neles, nos lábios serenos e solitários um do outro. E num instante guardado na fluidez da memória, tocaram-se abarcando toda a fome do mundo para tão só se incendiarem e nunca mais se saciarem.
Selaram destinos.


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