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Foreign Affairs (2)

"Desfolha-me"

by Lust Eva

my bondage snapshots #39


(Ela) could have said it #18

(Sasha Grey)

(Ela) tem Caprichos Matinais XCVII

Se posso sonhar e imaginar, nos meus sonhos sou o que quero, tenho o que quero, faço o que quero. Posso estar a dormir, posso sonhar acordada, mas nos meus sonhos, invariavelmente, mando eu. Mesmo quando o sucumbir ao sono me eleva a torpeza e pareço comandada pelo subconsciente, sei que sou eu que sonho, detenho o papel principal. E é nos sonhos que se manifesta o mais puro querer, o mais puro desenlaçar dos entraves diários, dos desejos abafados, contidos, chutados para os recantos pérfidos da mente, para os recantos escondidos do coração. Se posso sonhar e imaginar, nos meus sonhos sou o que quero, tenho o que quero, faço o que quero. E ordeno. Ordeno que me chupes a dor que me atravessa qual veneno implacável da serpente do pecado. Ordeno que me lambas a ferida deixada aberta pela tua ausência. Ordeno que me sintas ondulando ao sabor do meu sabor, febril, quente. Ordeno que bebas o suor da minha doença, cada gota que escorre dos meus poros, cada gota salgada e doce que o meu corpo jorra profusamente ao mero toque da tua língua. Ordeno que me acordes da dormência em que me deixas, numa pausa excruciante e me faças soltar os demónios que tenho em mim, me faças pedir clemência. Ordeno-te que me estimules o corpo, penetrando-me de ti, acelerando-me o sexo, torcendo e retorcendo a língua sábia nos meus lábios sequiosos de prazer. Se posso sonhar e imaginar, nos meus sonhos sou o que quero, tenho o que quero, faço o que quero. E ordeno. E hoje ordeno-te que me faças vir, vir muito.

my snapshots #59


Hoje apetece-me #17



Hoje apetece-me dominar-te.. Apetece-me que o teu prazer seja reflexo dos meus comandos.. imagina-te de saltos altos apenas.. completamente nua.. com os pauzinhos nos mamilos.. bem apertados.. com as tuas bolas dentro de ti.. a contraires-te sem te tocares.. e eu com a chibata a baber-te no rabo.. nas pernas.. nas mamas.. apetece-me exigir-te que te venhas assim.. que gemas bem alto e intensamente para mim.. apetece-me observar-te enquanto o teu corpo bamboleia a cada contração que provocas e a cada espasmo que soltas.. Apetece-me que te toques.. que esfregues o teu clitoris e enfies dois dedos dentro de ti.. Apetece-me ver a tua expressão ao sentires-te o teu sexo completamente preenchido.. ver os teus olhos cerrados e a forma como trincas suavemente o teu lábio inferior.. Apetece-me observar-te nos teus reflexos de prazer mais naturais.. Apetece-te ser assim tela para mim??

Delicio-me...


Delicio-me ao sentir-te..
Juro que me delicio..
Deixo-me queimar
Pelo vulcão que arde em ti
Pela lava lasciva que brota do teu âmago

Entrego-me e perco-me em ti
Sei que perco totalmente
Deambulo pelos trilhos do teu corpo
Sigo vendado arrastado ao degustar-te
Entro nas areias movediças da nossa paixão
E enterro-me nas tuas entranhas literalmente
Sem salvação deixo-me levar pelo turbilhão que me devora

Sugo-te a vida sedento
Faço-o como animal que sacia a sua sede
Bebo do teu rio os fluidos que dele escorrem
Espessos, líquidos, intensos, saborosos
Alimento-me de ti na tua forma mais pita
Sugo-te a alma tornando-te cativa em mim

Raconte-Moi Une Histoire

Nada o fazia prever. Ainda se lembrava de estar a escolher a roupa para vestir, sexy mas com classe, duvidou se saltos altos seriam a melhor opção para uma noite que se avizinhava longa, preto a cor de sempre, perfume suave mas envolvente. Contudo, agora, tudo lhe parecia búzio, nublado, como se tivesse acontecido há dias e não há míseras horas. Saiu de casa pronta a divertir-se com as amigas de sempre, apanhou um táxi na praça junto a casa. Foi cobiçada pelos homens que se cruzavam com ela na rua, sentia-se bem. Ainda ouviu uma voz ao longe inquirindo "para onde iria ela passear aquela sensualidade toda". Riu baixinho e caminhou segura. Ao fechar a porta do táxi conferiu o telemóvel. Encontrava-se inundado de sms das amigas que já a esperavam e reclamavam a sua presença imediata. O peso do dia-a-dia evaporou-se mal entrou no restaurante cuja gerência lhes reservou o local para uma festa privada e onde elas eram as únicas clientes. As conversas fluíam intensamente, os copos e garrafas giravam de mão em mão, de boca em boca. O cenário afigurava-se deslumbrante. Um grupo de mulheres imbuídas de sensualidade, arranjadas, bonitas e de corpos esbeltos e curvas de prender o mais incauto dos olhares. A música ecoava ao longe, abafada pelas vozes animadas, pelos risos estridentes de quem se divertia alheio ao mundo exterior. Ela não se destacava de forma especial, não sobressaía do todo. O aglomerado compunha um arranjo de feminilidade, de suave erotismo, de beleza e glamour. Entregaram-se à dança como um acto mecânico, como que directamente decorrente do estado de espírito e do efeito da bebida no auto-controlo que o recato normalmente impunha. Soltaram-se de tal forma que não havia corpo que não ondulasse, que não ardesse de calor, que não emanasse desejo e volúpia. A mulher tem esta capacidade. A de sentir e de querer sem vergonha. Quando se aperceberam, já o calor tinha ordenado que as roupas se subtraíssem. Vislumbrava-se agora mais pele que tecido, mais corpo que imaginação. Rodeavam-se, roçavam-se. Por mais incrível que pudesse parecer, o facto de não haver um único homem no meio delas, ainda lhes dava mais gozo, ainda lhes dava mais prazer. Elevados os espíritos, foi fácil a porta do desejo abrir-se e dar azo a mais cumplicidade, a gestos mais impensados. Ela foi surpreendida por um corpo que se-lhe colou nas costas, passando a mão pelas suas curvas, deslizando pelas costas e terminando nas suas ancas perfeitamente desenhadas. Girou nos seus peep toes e encarou-a de frente espantada. Mordeu o lábio envergonhada. A mão direita acariciou-lhe o rosto que instintivamente inclinou resfolegando de ternura. Piscou ligeiramente os olhos e sentiu uns lábios quentes encostarem-se aos seus. Não recuou. Ofereceu os seus também. Entreabriu-os levemente para tão só testar a libido. A língua dela aproveitou a brecha e invadiu-a toda, entrelaçando-se na dela, molhando-a e fazendo-a estremecer por inteiro. Sentiam os olhares cravados nas suas costas mas naquele momento, já não importava. Quando encostaram o corpo uma à outra, decidiram espreitar a plateia e enfrentar o juízo alheio. Sorriram quando viram grupos transformados em pares, em trios, em verdadeiras orgias de erotismo e descoberta. O beijo dado tinha sido o grito de guerra, o sinal para se abrirem as hostilidades, a chave que abriu o cadeado do que ninguém queria assumir como vontade. Sorriram e decidiram logo ali, aproveitar o que o momento lhes oferecia. Nada o fazia prever. A loucura que lhes perpassava o espírito contaminou o corpo e sem mais, entregaram-se à descoberta de corpos novos mas familiares. A visão era assustadoramente explosiva. Pelo chão jaziam roupas, lantejoulas, sapatos deixados ao acaso e corpos deitados, absolutamente embrenhados em tocar, em apalpar, em beijar, em sentir. O suor escorregava-lhes pela pele, a respiração entrecortada umas vezes, acelerada outras. Um gemido mais audível, outro mais contido, outro completamente despudorado. Nada o fazia prever mas no final da noite, a sensação era a de que há momentos cuja espontaneidade, cuja entrega tem impreterivelmente que culminar assim. Em prazeres descobertos onde menos se esperava.

State of the Mind (68)

É difícil distanciar-me do prazer para descrever o prazer. Mas tento sempre, acrescentando uma ou outra metáfora, comparando manifestações corporais de desejo com singelos cenários, lugares comuns, clichés muitas vezes usados até à exaustão. É difícil não sentir no bater entusiasmado das teclas, o perfume dos resquícios de momentos que me invadem e me destroem por dentro, dilacerando-me o peito e fazendo o coração pujante e latejante saltar para fora, libertando-se e gritando ao mundo que a paixão é o que me consome, que o desejo é o que me move, que a luxúria é o que me preenche. Sinto-o no momento em que o meu corpo se entrega à explosão do querer, às palpitações nervosas de uma entrega, ao dilúvio de fluídos que entrego e são depositados em mim numa prova absoluta de que o que se sentiu foi real. É difícil distanciar-me do desassossego que sinto, pele com pele, olhos nos olhos, carne com carne e simplesmente adormecer imbuída da satisfação do sexo, do comungar de vontades, do aproveitar do mais maravilhoso momento de partilha de que alguma vez seremos capazes. É difícil não sentir, à distância do tempo, a lembrança a ecoar-me no pensamento provocando um desalinho, um estremecer delicioso de memórias que se reflectem inesperadamente no corpo para tão só acordar a vontade e fazer-me querer mais, já agora, já aqui.

Foreign Affairs (1)

"Yin-Yang"

( by Lust Eva)


Road To Monsanto


Tínhamos sensivelmente 20 minutos para estarmos juntos naquele final de tarde.. Cheguei ai parque de estacionamento onde tínhamos combinado e parei o carro mesmo ao lado do dela.. Ela saiu sorridente e com aquele ar de menina marota esboçado na cara.. Entrou no carro e imediatamente colamos-nos sôfregos um ao outro num beijo intenso que as nossas mãos acompanhavam explorando e apertando toda a carne que apanhavam pela frente.. Como não estávamos sozinhos naquele parque disse-lhe para por o cinto de segurança e arranquei com o carro.. Pedi-lhe que baixa-se as calças e se começa-se a tocar, ao que ela sorriu e anuiu imediatamente.. Não resisti e juntei a minha mão à dela e juntos continuamos a explorar aquele sexo húmido enquanto eu ia conduzindo sem destino à espera de encontrar um local mais sossegado.. Por entre ruas, casas, pessoas que passavam por nós, ia conduzindo com uma tesão enorme por a sentir cada vez mais encharcada e de ouvir a respiração ofegante que se ia transformando em gemidos mais e mais fortes e frequentes.. Pelo canto do olhos vi a beira da estrada entre umas arvores uma cabana de madeira que me pareceu o local ideal para pararmos.. Saímos do carro.. Ela ainda ajeitar as calças e puxei-a pela mão para trás da cabana onde aparentemente ninguém nos conseguia ver e apenas a luz da lua dava uma ligeira iluminação no meio de todo o escuro da mata que nos rodeava.. Num gesto seco encostei-a contra a parede de madeira e imediatamente as minhas mãos começaram a afastar a roupa e a explorar aquele corpo escultural.. Toda aquela pele era para mim ponto de extrema importância para beijar e tocar como se fosse a primeira vez que a estava a explorar.. Suguei os mamilos sofregamente ate os sentir ficarem bem rijos entre os meus lábios.. Desci pelo tronco abaixo deixando um rasto de saliva por onde a minha língua passava descrevendo gestos abstratos guiada pelo sabor que aqueles poros expeliam.. Com uma mão de cada lado da cintura das calças puxei-as para baixo ate aso joelhos e deliciei-me a sugar aquele clitóris já bem saliente e erecto.. Perdi não sei quando tempo a saborea-la sem noção de mais nada à minha volta e completamente focado nas sensações que ela assim me estava a proporcionar.. Os gemidos ecoavam nos meus ouvidos e a sensação do corpo dela arqueado contra a parede e as mãos que me agarravam o cabelo e faziam pressão para que eu a continuasse a saborear davam-me ainda mais tesão e estava longe de mim a vontade de parar.. Levantei-me e virei-a de frente para a parede de madeira e suavemente colei-me a ela e senti-me entrar por completo dentro daquele sexo completamente encharcado dos sucos dela e da minha saliva.. O calor exuberante daquele sexo envolvia-me em ondas de sensações que me faziam arrepiar e soltar espasmos descontrolados dentro dela.. Encostei o meu corpo ao dela num encaixe perfeito ao mesmo tempo que aumentava o ritmo que os nossos corpos seguiam num frenesim intenso de penetram lasciva e premente.. De braços abertos contra a parede ela empinava o rabo contra a minha cintura como que a pedir-me para a penetrar mais e mais fundo.. Os nossos gemidos aumentavam e mesmo que no escuro ninguém nos pudesse ver de certeza que todos nos iriam ouvir.. Entregue a todas as sensações que estava a sentir, de repente senti-me completamente preso e atento ao som que as unhas dela cravadas na madeira da parede faziam ao arranha-la numa expressão plena e intensa de prazer.. Esse para mim foi o ponto de completo descontrolo.. Não me aguentei mais.. Não o quis.. Soltei-me completamente entregando-me ao prazer que estávamos a ter e vim-me intensamente dentro dela.. Exausto.. Ela.. Sem olhar para a cara dela mas tenho exacta certeza do olhar e expressão de malandra que devia ter naquele momento.. Começou a mexer suavemente a anca e a contrair-se pronunciadamente e eu em reflexo disso soltava espasmos por todo o corpo acompanhados de gemidos soltos tal a sensibilidade que ainda sentia.. Hummmm.. Adoro quando ela faz isso.. Respirámos fundo por entre beijos e abraços apaixonados de quem se adora devorar.. Fico espelhado nos nossos olhos naquele momento que apesar de ter sido extremamente intenso não estávamos satisfeitos e queríamos mais.. Mas o tempo não nos permitia continuar e tivemos de ir embora dali.. Ficou-me a vontade de mais.. Não perdes pela demora ;) ou serei eu a ser surpreendido da proxima vez?

(E)m estado líquido #38

 "As moléculas de um material no estado líquido possuem mais energia do que as moléculas do mesmo material em estado sólido, a uma mesma pressão. Esta maior energia traduz-se em maior liberdade de movimento, que é o que permite ao líquido adaptar a sua forma à forma do recipiente que o contém."

É na intensidade de um querer que se sente a mudança do corpo. Estagnado, em repouso, voluntariamente colocado em pausa, rapidamente se transforma num turbilhão humedecido de sensações. Não precisa de muito. O desejo e a vontade são as premissas. A entrega a conclusão. E o corpo manifesta-se assim, jorrando sinais de desejo em cascatas líquidas de prazer, soltando o suco da vontade, escorregando languidamente de um corpo para o outro numa fusão de sabores únicos, profusos, imprescindíveis ao alcançar do orgasmo mais sublime, ao alcançar da união mais perfeita e do suspiro mais furioso.

NEM SANTO, NEM JUSTO


Dormi tranquilamente sobre o vento
A minha alma tece o fio branco e negro
Senti solto o machado em árvore do mal
Repugnantes são as palavras que nos conduzem ao degredo

Hoje por hoje, minha alma é campo de batalha
Partilho todas as noites a serenidade de um sorriso
Bebi de uma taça que me queimou a alma
Apaguei um antigo fogo de esmorecida chama

Agitam-se as águas do tempo
Caminho para o rumo de uma felicidade azul
Vendi os sonhos, aprisionei as minhas mãos, com fragor
Para não mais acarinhar gente que mata o amor

Vi uma alma nua de luz parda
A loucura tomar conta das virtudes de uma boa pessoa
Vi canalha vestida de monstruosas intenções
Deram-me um pão de farinha boa

Hoje tive vontade de escrever
Suspirar palavras e lança-las ao vento
Hoje tive vontade de partir
De ir, de não mais querer vir

Mas estou alegre
Feliz como alguém que para casa volta
Não quero mais quem diz ser eu uma porcaria
Há para aí gente viva que perece árvore morta

Este é chamado um texto sem graça nem contexto
Só alcança isto quem for gente burra
Há os anormais armados em espertalhões aos magotes
E há gente discreta de alma pura

E há os laços de cetim branco
E vidas que tiveram um alto custo
Há também laços feitos por gente indecente
E há este homem que não é…Nem Santo, Nem justo…

my bondage snapshots #38


When in Spain.. Do it like they do..


Chegamos ao hotel.. Fizemos o check in.. Subimos até ao quarto no segundo piso.. E mal entramos no elevador os nossos olhos colaram-se e ela encostou-se a um dos cantos como que a pedir-me que me encaixa-se nela ao que sem uma palavra eu anuí e seguindo os movimentos dela encostei o meu corpo e beijei-a sofregamente.. Adivinhámos o caminho pelos corredores até à porta do quarto.. Entramos.. Ela à frente e eu atrás dando uma vista de olhos pelo que aquele espaço nos reservava.. Ao fundo uma janela enorme do chão ao tecto dava vista para o jardim em frente bem como para as pessoas que passavam na rua àquela hora.. Ela fechou as cortinas e começou a despir-se à minha frente.. Eu procurei o interruptor que apagava todas as luzes do quarto e após estarmos plenamente às escuras comecei a despir-me espalhando as minhas roupas pelo chão enquanto seguia em direcção a ela.. Quando a encontrei no escuro foram os nossos corpos nus a fazerem imediatamente as honras do comprimento que tanto ansiávamos ter.. Decidido peguei-a pela cintura e conduzi-a até às cortinas que com um afastar de braços abri deixando a luz da rua entrar no quarto e fazendo daquele corpo a perfeita  silhueta num contra luz intenso.. Encostei-a de frente para a janela para que ela pudesse observar o exterior.. Aquele delicioso corpo nu ali à minha frente.. A pele dela encostada ao vidro frio da janela.. O cabelo que caía sobre os ombros.. Todo aquele cenário era perfeito de mais para ter sido anteriormente sequer imaginado.. Sem esperar comecei a depositar sobre aquela pele sedosa e quente pequenos beijos no meu caminho até à sua cintura.. Ajoelhei-me.. As minhas mãos cobriram aquele rabo perfeito e sôfrego suguei-o e trinquei-o em pequenos e repetidos beijos como se a quisesse literalmente devorar.. O som da nossa respiração ofegante envolvia-nos os sentidos e pela tesão que aquela mulher me provoca em todos os momentos eu estava ali uma vez mais rendido a todo o seu encanto.. Virei-a de frente para mim encostando-a contra o vidro ao que ela levantou uma das pernas e pousou-a sobre o meu ombro dando-me assim acesso perfeito aquele sexo quente com um odor que magneticamente me puxava para ele.. Abri bem os olhos para o poder observar em toda a sua perfeição.. Aqueles pequenos lábios vaginais rosados que conheço tão bem estavam brilhantes da humidade que já os cobria e a luz que escapava da janela por entre as pernas dela iluminava-o e transformava-o numa imagem idílica.. Agarrando-a pelo rabo e baixando-me ainda mais enterrei a minha boca naqueles lábios sentindo um encaixe perfeito em que podia saborea-la e devora-la na perfeição.. O ar era invadido por gemidos soltos que ecoavam perfeitamente na acústica daquele quarto quente.. De rompante saí de baixo dela e recuei até à ponta da cama atrás de mim puxando para que se encaixa-se na minha cintura de frente para mim.. A sensação de entrar de uma só vez bem fundo dentro daquele sexo que já conheço tão bem é mais do que perfeita.. É indescritível.. É como se esquecesse tudo e pela primeira vez saboreasse todas as sensações mais deliciosas alguma vez  experienciadas por alguém.. O calor intenso que me envolve o pénis acompanhado pela pressão que me preenche e os movimentos que ela tão bem sabe dar com a anca ao encaixar-se totalmente contra mim que me fazem sentir como se fosse eu e não ela a ser penetrado.. E por mais dominante que eu seja.. Por mais vontade que eu tenha de controlar toda a situação e proporcionar-lhe todo o prazer que ela merece.. Naquele momento eu deixo-a tomar as rédeas e entrego-me por completo ao prazer que ela gosta de me dar.. Levantei-nos no ar, e com as minhas mãos agarrando o rabo dela e com as pernas dela encaixadas nos meus braços comecei em pé a fode-la com estocadas fortes e intensas segurando-a contra mim e sentido toda a tesão que é te-la assim só para mim.. Deixei-me cair de costas sobre a cama sem nunca sair de dentro dela e vi numa troca de olhares momentânea que aquela era a posição ideal para ela continuar a foder-me como nós tão bem queria-mos.. De mãos entrelaçadas nas dela.. A minha visão invadia-me com as imagens daquele corpo esguio e bem desenhado que encaixado no meu se mexia com a suavidade de quem dança uma valsa secular.. O vai em vem perfeito do tronco dela fazia com que os delicados seios dela se anunciassem à minha atenção ao mesmo tempo que a cabeça caia para traz e toda a figura feminina fosse envolta numa áurea de luz quente que vinha da janela do quarto.. O movimento intenso continuava e o ritmo chegava a ser frenético.. O odor.. Esse já nos invadia os poros acompanhado por toda a humidade liquida e quente que fluía daquele sexo em rubro.. Os gemidos cada vez mais altos enquadravam a eminência do orgasmo que ambos estávamos prestes a ter.. Cada vez mais profundos.. Como se possível fosse.. Os movimentos que incidíamos um sobre o outro levavam-nos à exaustão dos sentidos.. E num espasmo total e explosivo sentimos a invasão do culminar da nossa cumplicidade lasciva.. Da nossa cumplicidade total.. Numa opera de gemidos intensos.. Numa dança de membros sexuais lascivos.. Enterrados no corpo um do outro.. Permanecemos ali por eternos momentos envoltos um no outro.. Saboreando palavras beijos e olhares que nos prenderam uma vez mais num quadro perfeito..

(Ela) could have said it #17


Foreign Affairs


(Ela) propõe a imagem, vocês fazem o resto.

Este é mais um desafio que vos proponho (isto anda a precisar de vida, de alegria, de me fazer apaixonar pela blogosfera novamente). Semanalmente ou esporadicamente conforme o vosso feedback, publicarei uma imagem sob a rubrica "Foreign Affairs". Na caixa de comentários, os que se atreverem deixarão uma legenda, um texto, uma citação (...) inspirada na imagem que virá a completar o post após o meu rigoroso escrutínio. 

Are you in?

Full Throttle #18

"Why do people have to be this lonely? What's the point of it all? Millions of people in this world, all of them yearning, looking to others to satisfy them, yet isolating themselves. Why? Was the earth put here just to nourish human loneliness?" 

in Sputnik Sweetheart by Haruki Murakami

Liberdade. Era da liberdade de espírito que emanavam encontros e desencontros. Era da liberdade de pensar o corpo como um veículo para o prazer e da capacidade de alheamento do comum, do tradicional, do socialmente correcto que surgiam momentos de inigualável entrega. Abstraiam-se das convenções, usavam o seu corpo da mesma forma que se deixavam usar. A palavra de ordem era prazer. Prazer. Só isso. 
Entraram no quarto sem olhar para trás. Fecharam o mundo lá fora decididos a inventar um novo mundo para si próprios, um onde nada mais que a fruição do corpo lhes interessasse. Sorriram cúmplices face à perspectiva do que se avizinhava e pegando-se pela mão, encaminharam-se aos seus postos. Não havia um plano, nunca o havia, mas instintivamente, todos sabiam qual o papel a desempenhar. Os olhares trocados assemelhavam-se ao frenético zumbir dos motores de carros prestes a iniciar uma corrida ilegal e em que a adrenalina se encontra ao rubro. Os corpos ardiam de vontade de abrir as hostilidades mas de alguma forma, prolongar o início, sabia-lhes tão bem. Foram-se despindo das vestes que por esta hora já atrapalhavam os seus intentos, foram deixando cair peça por peça, descobrindo a pele, as curvas, os detalhes, os mais pequenos detalhes que conseguiam explicar o paulatino aumentar do desejo de se terem. Até que, em sintonia, os seus lábios decidiram juntar-se. Beijaram-se com a força e a fome de milhões de anos, como se toda a evolução tivesse que culminar ali, num beijo a três, num beijo de línguas entrelaçadas, molhadas, ávidas e furiosas. Rodopiavam e ondulavam acompanhadas do toque das mãos que iam explorando o que tinham à sua disposição como que tomando posse, como que fazendo o reconhecimento do terreno onde haviam de se mover, onde haviam de se perder. Elas, imbuídas da beleza que os seus corpos transpareciam e que sabiam ser desejados, envolveram-no em si. Começaram por dividir tarefas para logo depois, interessadamente, se dedicarem em pleno. Quiseram-no assim, entregue às suas bocas, deliciando-se com a mestria dos seus lábios, com o jeito próprio de cada uma o tomar, enlouquecendo-o, invadindo-o do prazer de ser possuído pela perfeição dos seus gestos, pelo observar do beijo que entre lambidelas, entre chupares e engolires iam trocando quando os seus lábios se aproximavam perigosamente. Orgulhosas, sentiam-se manipuladoras do seu sexo, dominando-o ao ritmo do seu querer, ao ritmo desenhado pelas suas línguas. Mas desenganem-se os que julgam que o prazer era só dele. Elas, nunca serenando a fúria que as invadia, sabiam encontrar na outra, o prazer de ser tocadas como gostavam de se tocar a si mesmas. Era inato. As mãos que mantinham livres, ocupavam-se sem piedade. Encontravam os recantos do sexo molhado e divertiam-se, tocando-se mutuamente, potenciando e mantendo o fogo ardente, explorando os outros lábios, procurando um clitóris palpitante, saliente e pleno de terminações nervosas. Excitavam-se excitando-se, excitavam-se excitando-o. Abandonavam a solidão e davam o mote para uma guerra que haviam de travar dali a instantes e cuja estratégia passava apenas por buscar o prazer. Prazer. Só isso.  

Smoking Hot (17)

De cada vez que lhe sentia a presença, o seu corpo entrava em histeria contida. Aguentava estoicamente, controlando os impulsos frenéticos que lhe vinham do fundo do ser e a impeliam directamente para os seus braços. A vontade que lhe tinha era inesgotável, absurdamente inesgotável. Ainda estava para perceber como era possível a falta de domínio que tinha sobre a sua libido sempre que os seus olhos o fitavam, sempre que as suas mãos se atreviam a tocar-lhe. Um mínimo toque e a sua mente rodopiava em torno das imagens que queria concretizar, em torno dos momentos que queria protagonizar. Sentia-se derreter depois de cada olhar, sentia-se queimar por dentro depois de cada deslizar das mãos pelas suas curvas, sentia-se incendiar depois de cada palavra suspirada ao seu ouvido. Sentia as chamas que consumiam o que ainda restava da sua sanidade e evolava-se na loucura de o querer. E queria-o tanto. Queria-o imortalizado em si, queria-o perdido nos recantos do seu corpo, gozando e aproveitando cada centelha de vida que ela tinha para lhe oferecer. Queria-o em fúria, impotente perante o seu sexo, incapaz de se controlar em si mesmo, apalpando, fazendo-a sua pertença, erradicando e transferindo para o nunca o apagar do cigarro que consumiam em bafos de paixão.

Points of view #4

" (...) Desviei-lhe o cabelo e dei-lhe um beijo atrás da orelha. Estava quentinho ali. Ela afastou a cabeça. Quando voltei a beijá-la no mesmo sítio, já não afastou a cabeça. Sentia-a inspirar, e depois soltou um pequeno gemido. Peguei nela e levei-a para a sala, sentando-me numa cadeira com ela ao colo. Não olhava para mim. Beijei-a no pescoço e nas orelhas. Uma mão à volta dos ombros e a outra na zona da cintura. Movimentei a mão que estava na cintura para cima e para baixo, ao ritmo da sua respiração, para que a energia má saísse.
Por fim, com um ligeiríssimo sorriso, olhou para mim. Estiquei-me e mordi-lhe a ponta do queixo.
- Que gaja marada!- disse eu.
Ela riu-se e beijámo-nos; as nossas cabeças avançavam e recuavam. Recomeçou a soluçar.
Eu recuei e disse-lhe:
- PÁRA!
Beijámo-nos outra vez. Então, peguei nela e levei-a para o quarto, deitei-a na cama, tirei rapidamente as calças e as cuecas e os sapatos, puxei-lhe as calças por cima dos sapatos e, com um pé descalço e o outro calçado, dei-lhe a melhor queca dos últimos meses. Os gerânios caíram todos. Quando terminei, fui carinhoso com ela, brincando com os seus longos cabelos, dizendo-lhe coisas. Ela ronronava. Por fim, levantou-se e foi à casa de banho.
Não regressou. Foi para a cozinha e começou a lavra pratos e a cantar.
Por amor de Deus, nem o Steve McQueen teria feito melhor."

Charles Bukowski in "Correios".

Caprichos Fora d'Horas


O Monstro Abre-se #10



Roubas-me a alma!!
Juro que me roubas a alma..
Sem qualquer feitiço
Sem um esquisso de preocupação sequer.
Tu chegas..
Tu entras..
E o mundo desvanece-se por completo.
Como se colhesses cerejas..
Tu estendes os teus dedos..
E os meus cabelos, sem sabe-lo
Ficam pálidos
Ficam secos
Atingidos pelo suor e pelo medo
Ficam brancos como o gelo
A brisa do teu suspiro comanda o afundar de navios
Deixa-me de olhos vazios
Sem expressão
Sem sensação
Numa dormência pavorosa de prazer
O teu ventre duro e quente
Gera a morte dos afectos
Lados mortos
Fantasmas fetos
E ocalor de um mundo inteiro
Em ruína..
A desabar sobre o meu peito!!
Tu és medusa
Tu és medeia
E eu com medo eterno de repousar na tua teia
Deixo-me levar pelo teu doce cheiro
De coração em sangue..
De olhos húmidos e tolhidos pelo cansaço
E no teu venenoso regaço descanso..
Com um suave sorriso faleço..
E adormeço
Aqui..
Agora..
E para todo o sempre

O Monstro Abre-se #09


Nesta diambulação nocturna.. Acabei de passar por uma rua de carro em que me senti forçado a parar e fiquei a observar..
Um cão.. Com aspecto de cachorro ainda.. Pareceu-me ser um rafeiro com grande mistura de labrador.. Branco sujo deitado num passeio imóvel de olhos fechados.. O meu primeiro instinto era que estaria ali deitado morto.. E desse primeiro instinto o meu coração parecia esmagado e sem controlar as lagrimas correram-me dos olhos..
Fiquei parado com o carro no meio da rua a observa-lo.. Baixei completamente o volume do radio que passava Jorge Palma a cantar sabiamente.. E fiquei parado ao volante a observar aquele animal ali inerte..
Em poucos segundos uma calma invadiu-me ao observar que o peito dele se movimentava de acordo com a rua respiração.. Ainda bem :))
Tão ou mais triste foi depois pensar na sorte daquele animal ali deitado num passeio empedrado, sozinho, com a calma que lhe permitia dormir de uma forma tão descansada..
Não é que eu não ache que os animais têm capacidade de viver e serem "felizes" sem terem um dono.. Mas o normal é que estes animais que vivem na rua passem por coisa que nada nem ninguém alguma vez deveria sequer sonhar em passar..
Enfim isto nada tem a ver com sexo ou sentimentos amorosos.. Que de certa forma têm vindo a ser o ambiente deste blog.. Mas este post é de extrema importância para mim..
E se ja estava triste antes.. Fiquei ainda mais triste agora.. E só me apetece chega a casa e abraçar e ser lambido pelos meus meninos :)

O Monstro Abre-se #08


Quando se ama.. Quando se gosta.. Quando se quer alguém.. Dá-se tudo..
Tudo sem limites ou reservas, sem pedir ou esperar nada em troca..
E eu só sei viver assim.. Quando gosto entrego-me totalmente.. Sem reservas.. Sem prisões.. E principalmente sem aprisionar a outra pessoa.. Quero-a livre como me gosto de sentir eu também livre..
E só assim pode funcionar.. Quando as duas pessoas sentem e querem o mesmo.. Não funciona por pressão.. Não funciona por perseguição.. Não funciona por fazer a outra pessoa ter pena de nós.. Não funciona por dar algo em troca.. A não ser que essa "troca" seja genuína e e seja o que a pessoa quer receber..
E tudo isto é lindo.. Tudo é bonito.. O sol e os passarinhos e tal..
Mas e quando eu sinto que ao dar a liberdade à pessoa pode ser o exacto passo para a poder perder??
E quando eu sinto que não devo atrofiar nem abafar a outra pessoa e ao mesmo tempo, essa atitude que tem tudo a ver comigo porque eu não sou uma pessoa controladora, e a atitude e posição que me faz sofrer??
Quando chega o momento de me apetecer ligar ou mandar uma mensagem e penso na outra pessoa, em não a atrofiar e abafar, mas esse silencio me faz mal a mim??
Eu gosto.. Eu amo.. Eu quero..
Mas quero e gosto e amo de algo.. De alguém.. Daquele alguém.. Que seja livre.. Que seja intenso.. Que seja tudo o que é de bom e de mau.. Mas que esteja comigo porque quer.. Porque gosta e me conhece como ninguem alguma vez conheceu..
Eu quero ser feliz.. E quero que a pessoa que esta comigo seja ainda mais feliz do que eu :))
Não estou bem não.. Mas estou a aprender que para se ter o que se ama.. O melhor caminho é ser quem sou.. E deixa-la voar.. E quem sabe.. Ela não aterra, se é que até já não aterrou sem eu perceber.. Aqui neste banco bem ao meu lado!!

(Ela) could have said it #16


Points of view #3

“Será que considero esta inquietação, este desvario, como uma doença - ou como um talento? Como ambos? Pode ser. Ou será que é apenas um meio de fuga? Olhe, pelo menos não me encontro casado, aos trinta e poucos, com uma criatura decente, cujo corpo deixou de ter para mim qualquer interesse genuíno - pelo menos não tenho de ir para cama todas as noites com alguém que vez por outra marreto por obrigação, ao invés de desejo. Quero referir-me à horrenda depressão que algumas pessoas experimentam na hora de ir para a cama...Por outro lado, mesmo eu devo admitir que talvez exista, de uma certa perspectiva, algo um tanto deprimente quanto à minha situação, também. É claro que não posso ter tudo; é o que me parece. A questão, porém, que desejo enfrentar é: tenho eu alguma coisa?” 

Philip Roth in Portnoy's Complaint

my snapshots #58


desejos matinais #51


O teu corpo longo que se arqueia ao toque suave das minhas mãos abertas que passam sobre ele.. Suavemente descrevo as curvas que acompanham o deslizar dos meu dígitos lascivos na totalidade das tuas linhas soberbas.. Acompanho o movimento fluido que o prazer que te percorre provoca em ti transmitindo-se em formas provocantes que recebo faminto.. Devoro intensamente a forma do teu corpo que se contorce no contacto com o meu firme e erecto pelo aroma do desejo que libertas pelos teus poros lascivos.. Perco-me na forma como te adoro e venero.. Fonte do desejo que procuro e provoco em ti.. Musa das minhas vontades prementes.. Das minhas ordens lascivas.. Da minha atenção dedicada.. Apeteces-me

In motion


Quero começar a escrever. Abro a página com um simples gesto. Permaneço imóvel à espera que as ideias se me apresentem à frente dos olhos e tão só depois as consiga debitar para o teclado. Inspiro-me numa imagem. En passant, observo-as sequencialmente, à espera que uma faça o click e me faça fervilhar as ideias, me dê material para trabalhar. Só que hoje, o meu processo criativo encontra-se transtornado pela presença de imagens reais e que não consigo consubstanciar num simples ficheiro Jpeg. Quando dou por mim, estou parada no tempo, carregando maquinalmente em Enter e procurando instintivamente o Escape. Vejo-me rendida ao prazer como se tivesse saído de mim própria para me observar de fora. O corpo trémulo, ondulante, encosta-se ao corpo que me acompanha e entra em modo automático. Já não sei quem sou nem o que sou. Guio-me pelo instinto e deixo-me levar. Inebrio-me da vontade que me perpassa o espírito como que hipnotizada, de olhos semicerrados e a boca entreaberta sussurrando gemidos, pedindo alimento. E vou directa à sua fonte. Deslizo pela pele que há muito tempo me viciou, depositando leves beijos e ternas carícias. Encontro o membro que me há-de satisfazer. Sei-o de antemão e isso impele-me com a fúria do querer, num caminho sem retorno. Hei-de me vir, tanto. Hei-de sucumbir, rastejando, implorando que o momento se eternize. Agito-o, tomo-o na boca, pego-o com a força da minha vontade, lambo-o e chupo-o, sentindo o seu paulatino endurecer, sentindo a definição das suas formas cada vez mais perto. Decido que o quero em mim. Recosto-me no leito que nos abriga e espero o triunfante preencher do meu corpo, aquela primeira sensação vitoriosa e que dá o mote para as investidas seguintes. Abro-me mais, toco-me, masturbo-me enquanto sinto o esfregar das carnes húmidas, enquanto me deixo acariciar violentamente pelo membro perfeitamente desenhado para mim. E venho-me de sorriso no rosto, gritando a beleza de um orgasmo com o olhar agora sereno, antes impregnado do maquiavélico querer que me permeia o corpo e me trespassa o espírito. Quero começar a escrever. Não consigo. Estou demasiado molhada para me concentrar, estou demasiado excitada para escolher as palavras, estou demasiado bêbeda para articular um simples e mero discurso.

Oh Sweet Idleness

Há corpos que nos seduzem de tal forma que nos sentimos impotentes ao tê-los ao nosso alcance. São corpos que, ao vislumbrá-los, apetece retê-los, aprisioná-los, guardar a sua essência e fazê-la nossa para desfrutar na ausência, para usufruir na solidão. Há corpos que nos embriagam de si com uma tal força, que damos por nós hipnotizados, respirando a contemplação da sua beleza, suspirando por tocá-los, por sentir a textura da pele, por nos encostarmos a eles para não mais os abandonar. Há corpos que nos despertam o mais profundo sentimento de luxúria, que se imortalizam no nosso olhar, que mexem com cada célula viva do nosso ser. São corpos imbuídos da perfeição que o nosso próprio corpo almeja e em cujos subterfúgios nos perdemos e ambicionamos encontrar o mais sublime prazer. Há corpos que de tão apetecíveis nos fazem palpitar as entranhas, nos fazem sucumbir de desejo, nos queimam a pele, marcando-nos para sempre, permanecendo eternos no mapa das nossas vidas.

Viu-o assim, de relance, enquanto se aninhava mais um pouco na preguiça dos lençóis. Esboçou um sorriso torpe e soube, logo ali, que o corpo que ainda há pouco tinha usado, tinha de ser seu, sempre assim.

my bondage snapshots #37


Hoje apetece-me #16


Hoje apetece-me encostar-te a uma parede.. Passear de mão dada contigo na tua e de uma só vez num gesto seco rodopiar-te de costas contra uma parede numa esquina qualquer.. Enclausurar-te entre os meus braços e beijar-te sofregamente aglutinando todo o teu sabor entre os meus lábios.. Apetece-me deslizar a minha mão esquerda pelo teu ventre ate sentir nos meus dedos o calor escaldante e a humidade envolvente do teu sexo.. Enquanto a minha mão direita por baixo da tua roupa percorre o teu peito e brinca com os teus mamilos.. Apetece-me envolvido pelo som do transito que passa à nossa volta saborear os teus ofegantes gemidos de prazer.. Hoje apeteces-me assim!! E a ti???

A SOMBRA DAS ROSAS


As pétalas murchas do silêncio
Perderam-se nesta imensa e fria bruma
Meu magoado coração já não bate
Perdi-me neste sal, nesta espuma

O dia entardeceu no começo da manhã
Amordacei a palavra feliz por me parecer vã
Não me julguem mais, deixem-me ser apenas pedra
Já não é de basalto o meu cais de espera

Esta ilha de ventos moldou-me a paixão
Este mar furioso vestiu-me de contradição
Tenho saudade de ser amado com verdade
Não tenho pressa, tenho asas de lata e uma cruel liberdade

Sou fruto mordido sem ventura
Gaivota escondida sabe-se lá porquê
Era para dizer na outra quadra (saudades da minha Mãe)
Já disse, não me envergonho, este poema ninguém lê

Hoje as sombras desceram todas à minha janela
Que ilha descubro na tua alma?
Ainda existe o fecundo que dá magia ao verde
O Sol esmoreceu neste Inverno sem chama

São os gestos de um fogo desenhando lírios
Que vestido abandonaste na cadeira
Ouvi os anos falarem de um castelo de futuro
Ouvi os dias murmurarem a luz derradeira

Sou apenas pegadas de uma ave do mar na areia
Sigo em frente e quando voar já não serei
Diz-me “Meu Deus” o que faço se é certo
Se serei um tonto ou apenas um burro esperto

Já quis ser tudo, agora não quero ser nada
Vou esperar a vinda das borboletas nas ribeiras, suaves mariposas
Neste dia em que faz anos que nasceu este boneco de papel
Apenas vislumbro…A Sombra das Rosas…

Leio-te


leio-te
em linhas longas de silencio
nas tuas mãos
nos teus gestos

leio-te
como um mapa sem bússola
no teu andar
nos teus momentos de calmaria

leio-te
observando-te sem te ver
nas tuas palavras de menina e mulher
nas tuas ideias serenas e extravagantes

leio-te
ouvindo-te dormir
na tua vontade de ficar sem partir
no teu medo de partir para ficar

leio-te
incessante sem nunca me cansar
no nosso leito transformado em delírio
na nossa vida beijo a beijo

leio-te
ao tentar-te ler assim
apenas estando.. dando.. ouvindo..
apenas por te ter dentro de mim..

As tuas garras felinas


Gosto de como tu gostas de gostar de me morder..
Adoro a sensação dos teus dentes cravados profundamente na minha pele..
A forma como prendes os meus piercings com os dentes e puxas os meus mamilos ate sentir pelo meu corpo a dor aguda e prazerosa que isso provoca em mim..
Adoro ver nos teus olhos o gozo fulminante que te dá o poder crescente que tens sobre mim e tanto prazer me proporciona..
Deliro ao sentir as tuas unhas cravadas profundamente na minha carne..
A intensidade com que espetas as tuas garras em mim e me arranhas apaixonadamente..
Delicio-me ao observar depois no espelho as marcas de luxuria que deixas cravadas no meu corpo e que remetem a minha memória a momentos que me deixam pleno de tesão..

State of the Mind #67

Doía-lhe o corpo. Sentia-se preenchida de um vazio que apenas se colmatava quando se achava colada à sua pele, sentia o corpo implorando pelo toque das suas mãos, pelo arrepiar do seu abraço, pela ternura do seu olhar, pelo amanhecer do seu prazer em si. Doía-lhe o corpo. Uma dor extenuante, um sufoco apertado, manietada pela vontade urgente que tinha de o sentir, pela vontade urgente que tinha de o provar. Rogava que se consubstanciasse ali na frente dela só pelo puro pensar, só pelo puro imaginar e que se pudesse saciar ali mesmo. Rogava encontrá-lo pronto a usar, pronto a dar-se-lhe todo e a fazer dela o seu objecto de prazer, o seu brinquedo favorito. Doía-lhe o corpo. E por mais que se tentasse abstrair, o seu cheiro circundava-a como que recordando o vício que lhe tinha, como que fazendo uma afirmação solene: Só em mim te virás, só em mim encontrarás o prazer, só em mim caberás. Porque te moldei para mim, porque te fiz minha, porque te quis assim, entregue ao vício do meu corpo e do que dele extraio para te oferecer.

e sinto-me simplesmente assim..


acordo de manhã e a primeira coisa que me apetece é falar contigo
deito-me à noite e a ultima coisa que me passa pela cabeça és tu
passo os meus dias ancioso por noticias tuas
mesmo quando estou ao teu lado preciso do teu som e do teu toque
procuro nos teus olhos todo o brilho que me faz sentir vivo e feliz
e do cheiro da tua pele despertam em mim os desejos mais lascivos
apareces-te assim na minha vida sem te procurar ou te querer
viciaste-me em ti e agora sou eu que não te posso perder

Points of View #2


hoje entrei dentro de ti!!


Hoje entrei dentro de ti suavemente..
Entrei dentro de ti bem fundo e senti-me plenamente envolvido pelo teu corpo..
Pelo teu sexo.. Por ti..
Entrei no teu intimo e senti o meu igualmente magistralmente penetrado por ti..
Enquanto deitado sobre o teu tronco envolvia os meus braços ao teu redor sentia ecoar nos meus ouvidos o som dos teus saborosos gemidos que me levaram mais longe que nunca..
Que tomaram conta de mim e me focaram na tua divinamente intensa figura.. Nos teus olhos semi-cerrados pelo nosso prazer..
Entrei bem fundo dentro de ti e beijei-te com toda o desejo e sentimento que crias em mim..
Que me domina..
Procurei o sabor dos teus lábios carnudos e doces como ar para respirar e retirei deles calmamente mas sôfrego toda a essência que me faz manter a sanidade quanto estou longe de ti..
Entrei bem fundo dentro de ti hoje..
Entrei suavemente como nos apetecia..
 Intensamente e profundamente num bambolear de corpos perfeito..
Hoje entrei bem fundo dentro de ti..
E foste tu que ficaste ainda mais fundo nas entranhas do meu sentir..
Ficaste no local de onde cada vez mais teimas em não sair..

(Ela) tem Caprichos Matinais XCVI

"Deixa-me provar-te". Oiço essas palavras como um eco profundo e rouco, ao longe. Já me encontro pairando, deixando escapar a realidade que encontramos lá fora e perdendo-me nos meandros da cornucópia de sensações que me atingem. Sinto-te deslizar pelo meu corpo, procurando-me na ponta da língua. Brincas, enlouquecendo-me, rodeando, beijando-me as coxas, a barriga, sem nunca lhe tocar. Hesitas, sorris, pousas os lábios em seu redor. Sabes que assim me fazes desesperar, me fazes imaginar o momento em que me vais tocar ali, bem no ponto certo, bem no meu centro, bem no local que me eleva e me faz contorcer. Decides acabar com a minha miséria e encontras-me finalmente. Gemes com o sabor do que te ofereço, de pernas abertas e costas arqueadas. Lambes. Ao ritmo que te apraz, ao ritmo que me apraz. Trincas. Ao de leve. Sinto uma dor suave e deliciosa, seguida de um espasmo que me faz estremecer. Beijas. Incessantemente. Tocas. Abres-me para me veres toda, para me sentires toda, para me envolveres na tua língua que me percorre as entranhas, que me faz praguejar mentalmente e desejar que o prazer não tenha fim. Maldigo-te por me fazeres enlouquecer assim, maldigo-te por me deixares descontrolada, maldigo-te por me fazeres vir assim, sem hipótese de defesa, sem auto-domínio, sem livre arbítrio.

O Monstro Abre-se #06


Plenamente Possuído
Abruptamente Consumido
Pela puta da sedução..
Eu não estanco
Não Eu não desisto
Isso está completamente Fora de questão!!
Novos sonhos
Novas artes
Em torno da desilusão
Tudo serve
Tudo é fonte
De uma puta de uma brutal inspiração
Muita droga para fumar
Muito álcool para abraçar
Sempre em excesso
Sempre a andar
Em rumo à dor
E tudo finge
Tudo quer
Substituir o amor...

Raconte-Moi Une Histoire

Conheceram-se no meio de livros. Páginas poeirentas e marcadas pelo desgaste, pelo virar de dedos imundos da saliva cuidadosamente lambida e pelas lágrimas vertidas em  instantes de complacência. Por entre o espaço vazio deixado por um almanaque emprestado há dias, ela viu o seu vulto esguio e disforme. Espreitava calmamente a secção de pintura, gostava de Vermeer (havia qualquer coisa naquele brinco de pérola e naquele olhar ligeiramente inclinado que o fazia imaginar a história por detrás daquele olhar) e Dalí (admirava a sua desconstrução da realidade, o modo como desfigurava as formas, líquidas, lânguidas). Há muito tempo que não lia um livro, agora bastava-se em olhar imagens, em ver as histórias já reproduzidas e acabadas mas surpreendentemente não conseguia abandonar as catacumbas da livraria. Ler um livro, para si, era uma experiência que deveria ser partilhada, um fazer amor com as palavras, trocando ideias, comentando, ajuizando, lendo trechos em voz alta. E há muito tempo que não fazia amor assim. 
Agradou-lhe a forma sofrida como ele perscrutava as páginas coloridas. Via-se que não estava feliz. Aliás, todo o seu semblante gritava sofrer, solidão. Já para não falar no desalinho do seu cabelo, nos sapatos por engraxar, na camisa por passar a ferro e o rasgo involuntário que sobressaía no joelho dos seus jeans. Aproximou-se dele. Era descarada. Sempre fora. Em criança chamavam-lhe Busy Bee porque passava a vida a rondar os outros, indagando, perguntando o porquê das coisas, querendo saber a explicação para tudo e espalhando o pólen da curiosidade no espírito dos que a rodeavam. Achou que ele era um caso digno de investigação. Aqueles olhos escondiam mais que uma desilusão. Plantou-se a seu lado, olhando descaradamente as páginas que ele virava como quem vai no comboio em direcção ao trabalho e espreita o jornal do vizinho do lado para ler as novas do dia. Mas, ao invés de o fazer silenciosamente, encetou diálogo com o seu sorumbático interlocutor. "Se gostas de Vermeer, vais adorar saber que eu detenho o original deste quadro guardado lá em casa. Mas shhhhh, é segredo!" Piscou o olho, em sinal de brincadeira, esperando resposta. Dali a estarem a partilhar um café, foram breves instantes. Ela falava sem cessar numa verborreia que lhe era intrínseca, ele ouvia-a atentamente, esboçando tímidos sorrisos sempre que a sua boca desenhava um trejeito que lhe era próprio e ele guardava na retina da sua memória. Repetiram o café os restantes dias da semana. Falavam de livros, das artes, de sabores, de aromas, da vida. E o sorriso débil em breve se transformou em gargalhadas sonoras, em deliciosas tertúlias de saber. Um dia, ela roubou-lhe um beijo. Por entre folhas do jornal que lia pacientemente, selaram-se destinos num colar de lábios tão ameninado como os primeiros beijos da primária. 
Conheceram-se no meio de livros. E era no meio deles que faziam amor. Amor com as palavras, amor com os corpos. Imbuíam-se das palavras e liam um para o outro. Contando histórias, vivendo ilusões, imaginando cenários. Interrompiam-se amiúde, desconcentravam-se. Uniam os corpos em abraços de paixão e retomavam mais tarde, depois de cansados os corpos, de fracturado o desejo. Dizia quem os via que haviam sido feitos um para o outro e que o seu amor resistiria a todas as intempéries. Eles sorriam e diziam que o seu amor era tão resistente quanto as folhas de papiro, essas andam cá há milhares de anos.

my snapshots #57


O Monstro Abre-se #05


E... No pleno absoluto sentir de amar.. Perco-me sem rumo vageando por entre aguas que me puxam para ti.. Navego sem remos ou vela deixando-me levar e absorver pela corrente forte que teima em me afundar e não me deixar respirar.. Sem snorkel ou botija de ar afundo-me cada vez mais no sentimento que me afoga e ao mesmo tempo me dá a noção da vida que ilumina o meu ser.. Naufrago de sentimentos cortantes deixo-me ficar pousado num areal obscuro que ao meu ouvido conta histórias de momentos que ainda estão por acontecer.. Deixo-me levar por ti.. Rumo a ti.. Vivo.. Assim perdido em ti..

Face to Face

Olha para ti, olha bem. Olha e vê o que eu vejo. O espelho do desejo reflecte o sabor e a carícia, a carícia que gosto de te sentir sentir, o prazer que gosto de te sentir sentir. Olha para ti, olha bem. Olha e vê como te gosto de ter em mim, como gosto de me lambuzar de ti, de me impregnar do teu líquido, de saborear o que escorre de ti com a vontade que a saudade criou e hiperbolizou. Olha para ti, olha bem. Olha e vê o que eu sinto. Está-me descrito nos olhos que furiosos te atropelam em ânsia de te devorar. Dizes-me, entre gemidos que estou sempre cheia de vontade. Quem me pode recriminar? Sou de excessos, de abusos, de exaustões, de cansar o corpo e preencher-me de prazer. Olha para ti, olha bem. Olha como é belo o teu orgasmo, olha como me delicio ao ver-te espalhar a semente do teu querer. Olha para ti, olha bem. Olha como te sinto e te quero. Olha como me deixas molhada e desesperada. Olha como me deixas possuída, roída de desejo de te sentir entrar e sair de mim, entrar e sair e permanecer. Olha para ti, olha bem. Olha e convence-te que és o meu objecto de luxúria, que és a carne que quero roer e o corpo que quero ter, entrelaçado, apertado, entregue e abusado. Olha para ti, olha bem. Olha e vê-me como te vejo a ti. Louca de tesão, húmida de excitação, presente mas ausente, explorando o prazer consumado, a ilusão, a vida que me renovas em cada investida, em cada orgasmo presenteado, em cada espasmo torneado. Vês-me?

my bondage snapshots #36


desejos matinais #50


Os teus cabelos pertencem-me.. E assim sirvo-me deles ao puxa-los tal rédea da urgência que deposito em ti.. O teu corpo.. Sela do meu prazer.. Monto-o encaixando-me perfeitamente nele e imponto o ritmo intenso que flui livremente do meu ser possuído.. O teu ventre.. Fonte de sensações e odores intensos.. É agora o livro em branco onde escrevo o diário da minha sede investindo em ti penetrações profundas.. Reflexo da minha sede sexual.. Apeteces-me assim entregue ao meu apetite voraz.. Recebo-te na tua forma tão singular de te entregares plenamente ao meu desejo voraz.. Pertences-me.. Pertences-me da mesma forma intrínseca que me entrego a ti..

Pillow Talk

Foi o teu corpo que disse ao meu para ser tua sempre assim. Foi o teu corpo que me cerceou a vontade e me induziu a querer-te sempre mais. Foi o teu corpo que disse ao meu para me entregar sem temores, para te sentir sem pudores, para me perder de amores. Foi o teu corpo que me abarcou toda, me deixou cega, me impediu de ver mais para além de ti.  Foi o teu corpo que me ensinou o prazer, me aprendeu as vontades e me saciou a fome que sentia sem saber. Foi o teu corpo que me apaixonou o olhar, me aprisionou o toque, arrepiando a pele quando te sente o abraço. Foi o teu corpo que me viciou o palato, me turvou a visão, me acorrentou o tacto, me amaldiçoou entoando o cântico malévolo do desejo e da paixão. Foi o teu corpo que fez de mim insaciável, que me fez sentir sempre incompleta, que me pertence para tão só lhe sentir a falta. Foi o teu corpo que disse ao meu, anda, sente como te sinto. Foi o teu corpo que disse ao meu, sê tudo só para mim. Foi o teu corpo que disse ao meu, sê feliz aqui, onde te dou o que tenho, onde quero o que me dás. Foi o teu corpo que disse ao meu, consome-me até à exaustão, deixa-me usar-te. Foi o teu corpo que disse ao meu, entrelaça-te em mim, aninha-te no meu regaço, aceita o meu sorriso. Foi o teu corpo que disse ao meu, fica. Fica sempre, fica em mim.
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