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O SILÊNCIO DAS CASAS

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Ouvi alguém partir de mim
Ouvi um pássaro aflito, ouvi um grito
Ouvi no silêncio um rumor de melancolia
Ouvi a saudade uma vez, numa casa vazia

Nem tudo o que faço pode estar certo ou errado
Apenas faço…
Renunciei à esperança, calei a voz da penumbra
Vi nascer um tugúrio e um fogo que devorava o espaço

Um céu menstruado de ausentes pássaros
Esta poesia desaparece pelos espaços de fechada janela sem querer
Numa brisa sussurrante, rasteira
Gostava de ser a consciência do amanhecer

Baloicei meu corpo no infinito
Desprezando cada hora, desafiando o impossível
O espaço provável do amor
É campo de guerra da guerreira dor

A poesia é como beijo infinito
Pensei ser infinita a caminhada de minha Mãe
Hoje olhei um cruzeiro, gravado, Maria
Orei, chorei, nesta faminta solidão, vazia

Montei um choro no guião de uma peça
Neste vale sem casas nem campos, sei dizer amor
Vim de mãos vazias pelo silêncio dos olhos
Entre as cicatrizes de terra estéril, sem flor

Há bocas atafulhadas de sorrisos
Olhos sem nada para dizer
Há canções que não apetece cantar
Há cartas de amor escritas por quem não sabe amar

Uma rosa, no peito suave de uma dama
Um papagaio falador sem cor nem asas
Neste dia de lembrar pessoas que me amaram
Fiquei preso no….Silêncio das Casas…
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