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CIDADE SITIADA

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Lembrarás que as manhãs
Acordam a luz fugidia
Lembrarás que este insignificante ser
É apenas contradição, nostalgia

Tenho dores, tantas…
Minha alma silenciosa solta um lamento
Só, eu a desperto, esta navalha de dois gumes
Sou casa a sangrar por dentro

Esta casa arde com as sombras
De costas vergadas interrompo a magia
O meu sonho é sempre maior que a palavra
Regresso à inocência no romper de novo dia

Este é um poema que não quero seja lido
Esta porcaria é respirar sofrido
Minhas mãos beberam hoje este Outono medonho
Alvoraçadas aves, palavras sem sentido

Vou descalço pelo rumo da alma que sou
Sou como ilha escondida no silêncio em torpor
O primeiro nome de mulher é senhora qualquer coisa
E nele cresce às vezes inquietante e surdo rumor

O fogo de abraço único
O ribombar de um trovão pela manhã
A fúria deste vento norte que me gelou o querer
Não quero ver, não quero sentir esta dor, não quero ser!

Estou aqui de passagem, já disse
Esta viagem não correu em águas brandas
Pintei o mundo, amor e desamor
Adormeci e acordei em dores tamanhas

Quero morrer na repetição de uma onda
Quero, quis tanto, tão pouco, nada
Não leiam este chorrilho de loucas palavras
Deste poeta em…Cidade Sitiada…
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