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A SOMBRA DAS ROSAS

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As pétalas murchas do silêncio
Perderam-se nesta imensa e fria bruma
Meu magoado coração já não bate
Perdi-me neste sal, nesta espuma

O dia entardeceu no começo da manhã
Amordacei a palavra feliz por me parecer vã
Não me julguem mais, deixem-me ser apenas pedra
Já não é de basalto o meu cais de espera

Esta ilha de ventos moldou-me a paixão
Este mar furioso vestiu-me de contradição
Tenho saudade de ser amado com verdade
Não tenho pressa, tenho asas de lata e uma cruel liberdade

Sou fruto mordido sem ventura
Gaivota escondida sabe-se lá porquê
Era para dizer na outra quadra (saudades da minha Mãe)
Já disse, não me envergonho, este poema ninguém lê

Hoje as sombras desceram todas à minha janela
Que ilha descubro na tua alma?
Ainda existe o fecundo que dá magia ao verde
O Sol esmoreceu neste Inverno sem chama

São os gestos de um fogo desenhando lírios
Que vestido abandonaste na cadeira
Ouvi os anos falarem de um castelo de futuro
Ouvi os dias murmurarem a luz derradeira

Sou apenas pegadas de uma ave do mar na areia
Sigo em frente e quando voar já não serei
Diz-me “Meu Deus” o que faço se é certo
Se serei um tonto ou apenas um burro esperto

Já quis ser tudo, agora não quero ser nada
Vou esperar a vinda das borboletas nas ribeiras, suaves mariposas
Neste dia em que faz anos que nasceu este boneco de papel
Apenas vislumbro…A Sombra das Rosas…
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