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O MENSAGEIRO

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Prendi no olhar a fragilidade da espuma
Inventei um sítio de nadas a que chamei cidade
Fiz o julgamento dos meus fracassos
E recolhi uma verdade servida pela metade

Hoje embriaguei-me na minha solidão
Na morte da lembrança encontrei a saudade
Construi na terra quatro muros de ilusão
Amordacei este grito ao profundo do coração

Serei luz perdida na sombra?
A loucura do pranto e do riso
Uma sinuosa viagem da paixão
Ou apenas um saltimbanco, um ladrão?

…De quimeras me visto
Da bruma faço um lençol de pranto
Ainda me ecoam palavras medonhas
Ainda estou perdido neste mar de espanto

É indomável a vontade do amor!
Mas qual amor? Amar é arrebatamento da estupidez
Há sempre um sítio onde habita o sol do pensamento
Já fui embora, já agrilhoei, já caí de vez

Procuram-me as raízes do tempo
Nascem frutos sem ternura às minhas mãos
Insubmissa é a minha verdade na contradição de muitos
Eu e o vento somos feitiços que moram juntos

Ainda retenho o que existe em ti de infinito
São estéreis os sentires que enganam o coração
Moldei os meus sonhos num deserto abrasador
Não acredito que haja boca que beije o amor

Hoje também partilhei a serenidade
Proclamei a majestade dos céus e a eles subi primeiro
Dei comigo a apensar nas estações que tem um coração
E recebi uma carta sem nada das mãos de um…Mensageiro…
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