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INTERMITÊNCIAS

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Caminho dentro da carcaça de um homem
Sou barro mal-parido, consciência cruel
Sou verdade e mentira em guerra eterna
Sou o doce do mel transformado em fel

- Mas quem és tu ó Poeta necromante?
Porque teimas em achar-te o maior da tua rua?
- Sou apenas um deserdado do amor
Sou ninguém que segue por uma estrada nua

- Ninguém!
Já me haviam dito que a tua presunção de mataria
Já se adivinhava que a tua estupidez desse à costa
Uma mesa sem pão, sem vinho, sem estar posta

- Cala-teeeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!
Consciência estúpida e vil
Tenho sede, tenho fome, tenho frio de raiva
Tenho na lembrança os filhos da puta que foram mil

- E tenho o dicionário da merda que diz
“Que filhos da puta é calão”
E tenho, penas tantas, que metem dó
Tenho a minha sombra perdida no meio do chão

- Quero lá saber da tua opinião
Sai da minha alma, deixa-me ser apenas humano meu cabrão
Deixem-me chorar sangue até à última gota
Quero ser excluído da absolvição

- Já quis tudo!
Já naveguei por desertos aos encontrões
Já caí na fundura de sete abismos
E lutei contra moinhos de vento em contradições

- Sei lá por onde andei
Não consigo arrancar da cabeça estas malditas consciências
Será este o rosto da vil loucura?
Ou apenas uma vida com…Intermitências…
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