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FALSO GRAAL

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Inventei a ironia numa toada de vento
Roubei as asas a uma gaivota azul
Colei-lhes um poema cheio de penas
E enviei-o para uma tonta do sul

Inventei um mar numa bola de sabão
Roubei uma corda forte e boa
Atei um rol de mágoa à mesma
E afoguei-as nas águas de uma lagoa

Inventei uma criatura de nome amor
Roubei-lhe a maldade por tempo indeterminado
Pintei suas vestes com as cores do arco-íris
Achei-a feia e fiquei pasmado

Já chega de invenções…
Todas elas saídas de contradições
Apenas uma era verdadeira
Porque foi gerada de mil emoções

Está maluquinho o poeta zinho…!?
Deixou de funcionar este ser em desalinho
Recolheu do prato um ramo de amarguras
Meteu pernas à lonjura do caminho

Andou às voltas até ter dores nas costas
Sacudiu a alma e bebeu um pedaço do céu
Fechou os olhos e sem querer pisou um falso fantasma
Que fez um terrível escarcéu

Eu não dizia que isto são mesmo maluqueiras
E quando assim é só pode dar para o torto
Este poeta pateta já não aguenta com gente
Já parece estar meio-morto

E para fechar a loucura com chave de ouro
Fiquei convencido de ter encontrado um tesouro e coisa e tal
Era apenas uma estranha criatura, qual Eva
De rosto lindo espelhado num…Falso Graal…
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